sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Queimadas urbanas e seus efeitos na saúde humana e demais consequências


Efeitos das queimadas urbanas na saúde humana e demais consequências

Pesquisas realizadas, indicam alguns dos efeitos que as queimadas desencadeiam na região: drástica redução da visibilidade, fechamento de aeroportos e escolas, aumento de acidentes de tráfego, destruição da biota pelo fogo, aumento na incidência de doenças, diminuição da produtividade, restrição das atividades de lazer e de trabalho, efeitos psicológicos e custos econômicos. Dentre os sintomas de doenças e doenças observados relatam infecções do sistema
respiratório superior, asma, conjuntivite, bronquite, irritação dos olhos e garganta, tosse, falta de ar, nariz entupido, vermelhidão e alergia na pele, e desordens cardiovasculares.
Quanto maior a proximidade da queimada, geralmente é maior o seu efeito à saúde. O efeito pode ir de intoxicação até a morte por asfixia, pela redução da concentração de oxigênio em níveis críticos e pela elevação no nível de monóxido de carbono, que compete com o oxigênio na sua ligação com a hemoglobina.
A literatura especializada indica que os principais efeitos à saúde humana da poluição atmosférica são problemas oftálmicos, doenças dermatológicas, gastro-intestinais, cardiovasculares e pulmonares, além de alguns tipos de câncer.
Efeitos sobre o sistema nervoso também podem ocorrer após exposição a altos níveis de monóxido de carbono no ar. Dentre os efeitos detectados em inúmeras pesquisas realizadas por variadas metodologias, em diferentes locais e países sobre concentrações de material particulado inalável (PM10) acima das recomendações, encontrou-se aumento de sintomas respiratórios em crianças, aumento de doenças respiratórias em crianças,

diminuição da função pulmonar em crianças, aumento da mortalidade em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou pulmonares, aumento e piora dos ataques de asma em asmáticos, aumento de casos de câncer devido a efeitos de partículas cuja composição química contém componentes carcinogênicos.
Como a fumaça age no corpo humano? O material particulado é o poluente que apresenta maior toxicidade e é o que tem sido mais estudado. Ele é constituído em sua maior parte (94%) por partículas finas ou ultrafinas. Essas partículas, desde que inaladas percorrem todo o sistema respiratório (adentram pelas fossas nasais durante o processo de respiração) e dada a sua dimensão atingem as porções mais profundas, transpõem a barreira epitelial e atingem os alvéolos pulmonares durante as trocas gasosas, sendo levados à corrente sanguínea através de vasos capilares. Pesquisas realizadas sugerem que os efeitos adversos do material particulado sobre o organismo podem ser atribuídos à produção de agentes oxidantes intracelulares, que seriam a resposta inicial e que agiriam como um fator estimulante da inflamação, diminuição da imunidade, reação inflamatória do trato respiratório, aumento de glóbulos brancos (neutrófilos e eosinófilos), alterações cardíacas e inflamação do epitélio respiratório.
Qual é o efeito do monóxido de carbono? O monóxido de carbono quando inalado atinge a corrente sanguínea e reage irreversivelmente com a hemoglobina reduzindo a capacidade do sangue de levar o oxigênio às células e aos tecidos do corpo. Nesse mecanismo, a hemoglobina, substância que está dentro dos glóbulos vermelhos do sangue, carrega o oxigênio (O2) dos pulmões às diversas partes do organismo. No entanto, a hemoglobina tem também afinidade pelo monóxido de carbono (CO), ligando-se a ele quando disponível nos pulmões e, consequentemente, diminuindo a oxigenação do organismo, podendo provocar dificuldades respiratórias e asfixia. Cinquenta por cento de carboxihemoglobina pode levar à morte.
Quais são as doenças que a fumaça das queimadas pode provocar? Dentre os efeitos da poluição atmosférica sobre a saúde humana já medidos em pesquisas científicas, destacam- se: mortalidade (todas as idades), mortalidade infantil, mortalidade neonatal, bronquite - crônica e aguda, casos novos de asma, admissões hospitalares para doenças respiratórias, admissões hospitalares para doenças cardiovasculares, atendimentos de emergência para asma, doenças respiratórias nas vias baixas, doenças respiratórias nas vias altas, falta de ar, dias com atividade restrita, dias de trabalho perdidos, etc...

Quais os sintomas e o tratamento indicado para cada uma delas? Quanto à sintomatologia, de forma geral as pessoas expostas podem relatar dor de cabeça; dor e ardência na garganta; ardência, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos; tosse, sibilância e ronqueira (chiado); dor de ouvidos e febre. A sintomatologia é variável de pessoa para pessoa, considerando-se as condições fisiológicas, etárias, tempo de exposição. O tratamento clínico para os agravos respiratórios eticamente é de responsabilidade do profissional médico, que após realizar exames, avaliará clinicamente o paciente e prescreverá o procedimento médico que entender necessário, podendo este variar entre a prescrição medicamentosa domiciliar até a internação nos casos diagnosticados como mais graves.
As crianças e idosos são os principais afetados neste período de seca com a baixa umidade do ar e a fumaça das queimadas. Isto é uma realidade. Em crianças as vias respiratórias são estreitas e delicadas, portanto mais sensíveis aos poluentes atmosféricos. As crianças, em geral na faixa de 5 anos de idade, são mais susceptíveis que os adultos tendo em vista a imaturidade do sistema respiratório bem como pelo fato de apresentarem seus mecanismos de defesa ainda em construção. Outro aspecto relevante a ser destacado é a tendência da criança em passar mais horas ao ar livre do que os adultos, expondo-se, portanto, mais aos poluentes. Em idosos, estudos demonstram aumento da susceptibilidade ao ar poluído devido a mecanismos de defesas fisiológicos reduzidos, diminuição das reservas fisiológicas e aumento da prevalência de doenças.
os mandamentos para quem quer ser parceiro da natureza e principalmente da própria saúde. Medidas de proteção ambiental:
- Não queime o lixo, - Não o jogue em terreno baldio.
- Não fazer fogueiras nas proximidades de matas, florestas ou em áreas urbanas;- Atenção redobrada ao trafegarem por regiões sujeita aos incêndios;- Evitar jogar pontas de cigarros para fora dos veículos.
Medidas de proteção pessoal:- Evitar exercícios físicos e exposição ao ar livre entre 10 e 16 horas;- Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, umidificação de jardins, etc.;- Permanecer em locais protegidos do sol ou em áreas arborizadas;- Evitar aglomerações em ambientes fechados;- Evitar comidas gordurosas e de difícil digestão;- Ingerir no mínimo três litros de água diariamente e alimentos como legumes, frutas e carne branca;- Evitar bebidas alcoólicas.
Medidas de proteção individual para índices de UV entre 3 a 7:
- Em horários próximos ao meio-dia procure locais sombreados;- Procure usar camisa e boné;- Usar protetor solar.
Medidas de proteção individual para índices de UV entre 8 a 14:- Evite sol ao meio dia;- Permaneça na sombra;- Use camisa, boné e protetor solar.
Veja algumas dicas para lidar com essa época do ano:
Tome bastante líquido para hidratar o corpo.
Mantenha a higiene doméstica, evitando o acúmulo de poeira.
Durma em local arejado e umedecido.
Planeje as atividades físicas para o período da manhã (até as 10 horas) ou para o fim da tarde (depois das 17 horas).
Proteja-se da exposição do sol no período das 10 às 17 horas.
Use roupas leves, principalmente quando a temperatura estiver alta.
Evite banhos com água muito quente, pois isso pode ressecar a pele.
Use soro fisiológico para olhos e narinas, em caso de irritação.
Evite exposição prolongada a ambientes com ar condicionado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom este texto.