quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mata Atlântica registra menor taxa de desmatamento entre os biomas brasileiros

Entre 2002 e 2008, o índice de desmate na Mata Atlântica foi de 0,25 %, o equivalente a 2.742 km2. A taxa anual média chega a 457 km2 (0,04%). Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (1º), pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
“Hoje entregamos informações importantes para o planejamento de ações estratégicas de fiscalização e combate ao desmatamento, e com isso teremos condição de mudar o patamar de políticas públicas no Brasil, por meio de dados sólidos informados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Queremos compatibilizar os usos e recursos naturais com o desenvolvimento sustentável do País”, afirmou a ministra Izabella.
Ela explica que com os dados deste projeto de monitoramento será possível, por exemplo, identificar áreas degradadas que podem ser reaproveitadas e avançar na busca de uma economia de baixo carbono e na implementação de infraestrutura sem provocar a perda da biodiversidade.
O crescimento de áreas desmatadas, de 2002 a 2008, na região não foi muito significativo, oscilando de 75,62% para 75,88%, respectivamente, mas a Mata Atlântica é o bioma mais ameaçado do País, e conta apenas com 27% de sua cobertura vegetal original. Segundo dados da SOS Mata Atlântica, somente cerca de 8% de seus remanescentes permanecem bem preservados. O fato é preocupante porque o abastecimento de água para 123 milhões de brasileiros – além de outros serviços ambientais como regulação do clima, temperatura do solo e proteção de encostas- depende da manutenção e preservação deste bioma.
O estado brasileiro onde houve a maior área devastada – 909 km2- foi Minas Gerais, seguido do Paraná (545 km2), Bahia (462 km2) e Santa Catarina (329 km2). Proporcionalmente, a maior taxa de perda foi em Sergipe, que desmatou 50% dos 10.531 km2 de sua área de Mata Atlântica remanescente, contra os 241.713 km2 presentes em Minas Gerais.
Os municípios que mais desmataram foram Encruzilhada (BA), Jequitinhonha (MG), Rio Vermelho (MG), São Francisco de Paula (RS) e Mafra (SC). Os dados do Inpe revelam também que, no mesmo período, o desmatamento foi maior nos biomas Cerrado(0,69%) e Pantanal(0,47%).
Segundo a ministra, as informações sobre o desmatamento nos biomas referentes ao período 2008 a 2009 devem ser lançadas no primeiro semestre de 2011.
Monitoramento – Para controlar o desmatamento e a perda da biodiversidade em todo o País, está sendo executado o Projeto de Monitoramento dos Desmatamentos dos Biomas Brasileiros por Satélite, que tem o objetivo de quantificar os desmates de áreas com vegetação nativa e embasar ações de fiscalização, controle e combate a desmatamentos ilegais nos biomas extra-amazônicos (Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal).
A iniciativa está sendo executada desde 2008 pelo Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, e funciona de forma semelhante ao Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).
O projeto de monitoramento utiliza como referência os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros, em escala (1:250.000), produzidos pelo Probio/MMA em 2007. As áreas com vegetação nativas estão sendo atualizadas por meio da interpretação de imagens dos satélites CBERS e Landsat, obtidas em 2008, que apresentam elevada resolução espacial, porém baixa resolução temporal.
Os primeiros dados divulgados foram do bioma Cerrado, em setembro de 2009, referentes aos desmatamentos do período 2002-2008. Neste ano, foram lançados os dados da Caatinga, Pantanal e Pampa. As informações sobre o total de área desmatada, monitorada em cada bioma brasileiro, permitem ainda fornecer dados relacionados às emissões de gases de efeito estufa. (Fonte: Carine Corrêa/ MMA)

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