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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Pesquisadores brasileiros inventam plástico comestível feito de frutas


Pesquisadores da Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), desenvolveram uma série de películas comestíveis que funcionam como plástico. Os sabores incluem espinafre, mamão, goiaba e tomate, mas a técnica permite que outros sabores sejam desenvolvidos. O trabalho recebeu financiamento de R$ 200 mil e o material, além de ser biodegradável, pode ser utilizado no preparo dos alimentos. Dessa forma, uma pizza que esteja embalada com o material pode ir ao forno diretamente, assim como outros alimentos. A película pode, inclusive, ser utilizada como parte do tempero.
A matéria-prima é composta por água, polpa de fruta e carboidratos vegetais. No meio ambiente, se descartado, o “plástico” se decompõe em três meses e pode ser utilizado como adubo, ou mesmo descartado na rede de esgoto, sem prejuízos. Além disso, ele tem capacidade de conservar os alimentos pelo dobro do tempo. O plástico convencional, por sua vez, demora 400 anos para se decompor.
O projeto de plástico comestível utilizando frutas é o primeiro a ser desenvolvido no mundo e abre um imenso campo a ser explorado pela indústria de embalagens. Segundo o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que coordenou a pesquisa, o material pode ser utilizado também gastronomicamente. “Aves envoltas em sacos que contêm o tempero em sua composição, sachês de sopas que podem se dissolver com seu conteúdo em água fervente e muitas outras possibilidades”, explicou.
Outras possibilidades levantadas pelo pesquisador incluem goiabadas vendidas em plásticos feitos de goiaba, sushis envolvidos com filmes comestíveis no lugar das tradicionais algas, perus vendidos em sacos feitos de laranja, que vão direto ao forno, e geleias em formato de ursinhos, só que elaboradas com frutas naturais.
O pesquisador informa ainda que o plástico comestível tem ainda a vantagem de reaproveitar alimentos rejeitados pelas indústrias e vegetais que deixam de ser comercializados por não apresentarem bom aspecto visual, mesmo estando em condições de consumo. “Esses vegetais que iriam estragar na prateleira podem ser matéria-prima para a embalagem comestível”, acredita o especialista.
De acordo com o doutorando Marcos Vinicius Lorevice, que participa do projeto, ainda não há prazo para que a inovação chegue ao mercado, mas já há empresas interessadas em produzir o filme comestível em escala industrial.
Características – O material tem características físicas semelhantes aos plásticos convencionais, como resistência e textura, e tem igual capacidade de proteger alimentos. Além disso, o “plástico orgânico” apresentou propriedades mecânicas superiores aos plásticos sintéticos. Em laboratório, os produtos se mostraram mais resistentes ao impacto, além de serem três vezes mais rígidos que os plásticos sintéticos.
A maior diferença, entretanto, está na matéria-prima. O plástico comestível é feito basicamente de alimento desidratado misturado a um nanomaterial que tem a função de dar liga ao conjunto. “O maior desafio dessa pesquisa foi encontrar a formulação ideal, a receita de ingredientes e proporções para que o material tivesse as características de que precisávamos”, explica o engenheiro de materiais José Manoel Marconcini, pesquisador da Embrapa que também participou do projeto.
Processo de produção – O plástico foi desenvolvido após duas décadas de trabalho e o processo de produção é considerado simples. Primeiramente, a matéria-prima, como frutas e verduras, é transformada em uma pasta. A seguir, os pesquisadores adicionam componentes para dar liga no material e o colocam em uma fôrma transparente, que será levada a uma câmara que emite raios ultravioleta. Após poucos minutos, a película sai da máquina pronta para ser consumida.
O líder da Rede de Pequisa de Nanotecnologia para Agronegócio da Embrapa, Cauê Ribeiro, conta que, depois de passar pelos raios ultravioleta, o plástico recebe o último processamento e toma forma de filme. “O nosso plástico tem características similares aos filmes convencionais, ou seja, ajuda a diminuir a passagem de gases e evita o contato com outros organismos”, destacou.
O resultado é um alimento completamente desidratado com a vantagem de manter suas propriedades nutritivas. Os pesquisadores adicionaram, ainda, quitosana, um polissacarídeo formador da carapaça de caranguejos, com propriedades bactericidas – o que pode aumentar o tempo de prateleira dos alimentos. “Dessa forma, temos um plástico facilmente degradável e que fornece proteção superior aos alimentos, além de poder ser utilizado para dar sabor”, finaliza. (Fonte: UOL)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Reciclagem de dióxido de carbono


A contribuição do excesso de emissão de dióxido de carbono (CO2) para as mudanças climáticas globais tem levado a comunidade científica a buscar formas mais eficientes para estocar e diminuir o lançamento do composto para a atmosfera.
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica Fina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, abre a perspectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitem capturar quimicamente o gás atmosférico e convertê-lo em produtos que possam ser utilizados pela indústria química para substituir reagentes altamente tóxicos utilizados hoje para fabricação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos.
Derivadas de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, as descobertas do trabalho, intitulado “Estudo da fixação e ativação da molécula de dióxido de carbono com bases nitrogenadas”, foram publicadas na revista Green Chemistry, da The Royal Society of Chemistry.
O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma molécula, denominada DBN (uma base orgânica nitrogenada), é capaz de capturar dióxido de carbono, formando compostos (carbamatos) que podem liberar CO2 seletivamente a temperaturas moderadas. Dessa forma, a molécula poderá ser utilizada como modelo para pesquisas sobre a captura seletiva de dióxido de carbono de diversas misturas de gases.
“Essa descoberta abre perspectivas sobre como poderemos fazer com que o composto resultante da ligação da DBN com o dióxido de carbono se forme em maior quantidade. Para isso, temos que estudar possíveis modificações em moléculas que apresentem semelhanças estruturais e funcionais com a DBN para que o composto seja mais eficiente”, disse Eduardo René Pérez González, principal autor do estudo, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor da Unesp, já se sabia que a DBN é capaz de capturar dióxido de carbono na presença de água. Por esse processo, a molécula retira um hidrogênio da água, ganha uma carga positiva (próton) e gera íons hidroxílicos (negativos) que atacam o dióxido de carbono, formando bicarbonatos.
Até então, entretanto, não se tinha demonstrado que o composto também é capaz de capturar CO2, formando carbamato, por meio de uma ligação nitrogênio-carbono tipo uretano, que tem relação direta com um processo biológico em que 10% do dióxido de carbono do organismo humano é transportado por moléculas nitrogenadas.
Em função disso, o processo também poderia ser utilizado para o tratamento de determinadas doenças relacionadas com a quantidade de CO2 e seu transporte no organismo.
“Essa descoberta nos leva a pensar que também poderíamos utilizar esse trabalho para fins bioquímicos, tentando, por exemplo, melhorar esse processo para tratamento de doenças relacionadas à concentração de dióxido de carbono nas células e alguns tecidos, como o pulmonar”, disse González.
Já na área industrial, os carbamatos – como, por exemplo, poliuretanas – derivados da captura de dióxido de carbono pela molécula DBN poderiam substituir tecnologias que utilizam reagentes altamente tóxicos, como o fosgênio, para preparação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos e em outras aplicações industriais.
“A possibilidade de se utilizar o dióxido de carbono para construir ou sintetizar moléculas que contêm o agrupamento carbonílico, sem a necessidade de se usar fosgênio ou isocianatos, representaria uma grande vantagem”, disse o pesquisador.
 (Fonte: Elton Alisson/ Agência Fapesp)
(Foto: Internet)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sacola plástica melhora nível de vida em povoado no Camboja



Recolher sacolas de plástico para transformá-las em bolsas, chapéus e outros acessórios ajudou um pequeno povoado do Camboja a melhorar seu nível de vida e, ao mesmo tempo, limpar o lixo da comunidade.
Chamcar Bei, povoado com cerca de 4.000 habitantes, localizado na província litorânea de Kep, é um dos poucos lugares do país onde quase não se vê lixo acumulado, já que a maioria dos resíduos vale dinheiro.
A população de um dos últimos redutos do antigo regime do Khmer Vermelho viveu durante décadas sob a linha da pobreza e com a pecuária e o arroz como praticamente únicos pilares da economia.
Esse cenário era até 2008, quando chegou a ONG britânica Funky Junk, que ofereceu aos moradores um pagamento a quem recolhesse sacolas plásticas.
"Pensamos qual era o maior problema da poluição e, sem dúvida, eram as sacolas, já que as pessoas as atiravam para qualquer lado", explica Sob Misy, um dos líderes da Funky Junk, à agência de notícias Efe.
Garrafas, metal e madeira já eram comprados por outros comerciantes, mas o restante, não.
Agora, os moradores guardam cuidadosamente suas sacolas de plástico em cestas até que tenham uma quantidade suficiente para vender. O restante do lixo é queimado, apesar de alguns resíduos ainda ficarem pelas ruas.
"Ainda não entenderam que o pequeno lixo também deve ser apanhado, apesar de não o reciclarmos. Nem todos fazem isso", explicou Misy.
A Funky Junk compra cerca de 160 quilos de sacolas plásticas a cada mês, mas o povo não gera a quantidade suficiente, por isso a limpeza se estendeu para cidades próximas, como a capital provincial, Kep.
Uma vez recolhidas, as sacolas são lavadas e cortadas em tiras, para serem transformadas em uma pequena oficina que emprega uma dezena de costureiras.
Depois, as tiras plásticas viram acessórios como gorros, bolsas, além de cestas de diferentes tamanhos que são vendidas em lugares turísticos ou pela internet.
Hein Pove e seus quatro filhos, por exemplo, viviam antes do arroz que cultivavam em uma área de dez metros quadrados.
"Naquela época não tínhamos dinheiro para comer nada de manhã. A terra dava muito pouco", conta a mulher de 33 anos.
Há cinco anos, Pove aprendeu a costurar plástico e trabalha cinco dias por semana na oficina, atividade que lhe garante até US$ 70 mensais (R$ 110). Ela também utiliza os coloridos cestos que cria para recolher o lixo em sua casa ou como vaso para as flores e plantas do jardim.
"Agora nos preocupamos com o lixo, não só para vender resíduos, mas porque assim as crianças ficam menos doentes", afirmou.
Na casa de Mou Earn, ainda se pode ver a quantidade de lixo acumulado que vai sendo queimado pouco a pouco em um canto do jardim.
As frutas que sua mãe vendia e o arroz colhido a cada ano não garantiam a alimentação dos oito membros de sua família. Com isso, acabaram se interessando pela reciclagem.
"Conseguimos dinheiro fácil recolhendo as sacolas de plástico. Mas o trabalho de costura é mais estável", disse.
Earn é um dos que mais conscientizaram os moradores para que recolhessem o lixo. "Digo a eles que precisam recolher o lixo, mas não me custa muito convencê-los. Estão contentes de ver as ruas limpas", declarou.
No entanto, segundo um recente estudo do Ministério do Meio Ambiente, apenas 1,5% dos cambojanos acredita que é necessário manter as comunidades limpas para a luta contra o impacto da mudança climática.

Fonte: Folha .com
Foto: Internet

segunda-feira, 9 de maio de 2011

“Lixo não existe. Resíduos sólidos são matéria-prima a ser reaproveitada”, diz especialista


A reciclagem de resíduos sólidos movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano. Tudo que é descartado pode se transformar em matéria-prima para a indústria por meio de uma correta coleta seletiva do lixo.

Para o coordenador do Núcleo de Educação Ambiental do Prevfogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Genebaldo Freire, a coleta seletiva pressupõe um planejamento rigoroso e o contato com as cooperativas de catadores, para que todos saibam o que será aproveitado e qual será o encaminhamento adequado para vidros, pilhas, baterias, plástico e metal.
“Em muitos lugares o processo está acontecendo de uma forma natural, tanto que não usamos mais o termo lixo, porque é sinônimo do que não presta. Usamos resíduos sólidos, porque significa matéria-prima a ser reaproveitada. Lixo não existe.”
O interesse pela reciclagem de pneus e eletroeletrônicos tem aumentado no país. O tempo médio de utilização de computadores e impressoras, por exemplo, é cinco anos. Para as geladeiras e os fogões, algumas empresas já se especializam na coleta, desmontagem e encaminhamento para as usinas de reciclagem.
A coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Fernanda Daltro, diz que este é um dos pontos que está sendo discutido com os setores envolvidos. “Nós temos alguns programas voluntários, como o das operadoras de celulares. Estamos pensando em mecanismos de comunicação para o consumidor saber onde deve devolver os aparelhos e equipamentos.”
Para Severino Lima Júnior, do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, é possível ganhar dinheiro com o material reciclado embora existam alguns problemas. “As cooperativas bem organizadas conseguem um bom preço. No Nordeste, por exemplo, tem poucas indústrias e por isso a garrafa PET é vendida a R$ 0,80. Em São Paulo o preço é R$ 1,30.”
Um estudo feito pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) mostra que o ganho médio do catador é 1,5 salário mínimo nas regiões Sudeste e Sul e um salário mínimo nas demais regiões.
Joel Carneiro é catador há 20 anos e trabalha no Aterro Sanitário de Brasília. Segundo ele, dá para viver de reciclagem. Carneiro também faz parte de uma cooperativa, o que tem facilitado e proporcionado parcerias com o empresariado.
Atualmente é possível transformar até o resíduo hospitalar. O Hospital Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná instalou um equipamento, o Newster 10, que trata os resíduos através de trituração e esterilização. Depois de meia hora em funcionamento , e de um resfriamento feito com a ajuda de água, os resíduos saem prontos para voltar à natureza sem comprometer o meio ambiente.
“Estamos facilitando a estrutura hospitalar”, explica o médico José Lazarotto de Mello e Souza. A máquina transforma em lixo comum os materiais para diálise, como placas e tubos, e até mesmo os de laboratório, como caixas para cultura de micróbios. 
(Fonte: Ana Lúcia Caldas/ Radiobrás)
(Foto: Internet)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Geração de lixo em 2010 foi seis vezes superior ao crescimento da população



O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (26), são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O levantamento aponta que a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos (kg), montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg).
Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009.
O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009.
Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. “Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009”, afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. “É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária”, ressaltou o diretor. 
(Fonte: Bruno Bocchini/ Agência Brasil)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Falta de reciclagem causa prejuízos de R$ 8 bilhões ao ano




O Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar seu lixo. A informação é do secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, e foi dada durante seminário na Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta terça-feira (12). 

Segundo o secretário, esta seria a economia se o país reciclasse todos os materiais passíveis de serem reaproveitados. A quantia é suficiente para construir 1,5 milhão de casas populares a cada ano. 

O déficit habitacional do país é de cerca de 6 milhões de moradias, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Ou seja, se o volume de recursos fosse direcionado para a construção de moradias, seria possível zerar o déficit habitacional do Brasil em quatro anos.

O coordenador do programa Educação para Sociedades Sustentáveis da organização não governamental ambientalista WWF-Brasil, Fábio Cidrin, avalia que o prejuízo só não é maior por conta do trabalho histórico dos catadores de materiais recicláveis. “Estima-se que entre 800 mil e 1 milhão de brasileiros catadores realizam o trabalho que permite ao Brasil ter os altos índices de reciclagem que apresenta”, disse. O Brasil é, por exemplo, recordista mundial na reciclagem de latas de alumínio, reaproveitando mais de 95% do total. 

O WWF-Brasil desenvolve, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e com o Banco do Brasil, programa concebido pelo BB envolvendo um conjunto de ações relacionadas a consumo consciente e reciclagem total de resíduos em cinco cidades piloto: Belo Horizonte (MG), Caxias do Sul (RS), Natal (RN), Pirenópolis (GO) e Rio Branco (AC). 

Nestas cidades, as organizações parceiras vão estimular a mudança de comportamento e valores em relação à produção e destino dos resíduos sólidos e disseminar os princípios do consumo consciente. 

As ações a serem implementadas nas cidades-piloto vão permitir que os modelos desenvolvidos possam ser replicados nos demais municípios brasileiros, ajudando a diminuir a quantidade de resíduos que vai para os lixões – e diminuindo os prejuízos que o país acumula por não reciclar. 

A parceria também inclui a Agência Nacional de Águas (ANA), em ações desenvolvidas em 14 microbacias hidrográficas, incentivando a agricultura sustentável por meio da adoção de práticas voltadas à melhoria da qualidade das águas e à ampliação da cobertura da vegetação natural. 

A iniciativa prevê, ainda, a realização de estudos para aperfeiçoar os critérios socioambientais utilizados nos processos de financiamento e investimento do Banco do Brasil, contribuindo para a redução de risco e impactos socioambientais. E ações para aprimorar os modelos de negócios voltados ao desenvolvimento regional sustentável e ampliar o portfólio de produtos e serviços financeiros com contribuição socioambiental do BB.

O seminário realizado nesta terça-feira, com o objetivo de discutir desafios e oportunidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara Legislativa.
Fonte:WWF Brasil

terça-feira, 15 de março de 2011

Catadores do lixão de Gramacho querem que Rio amplie a coleta seletiva de lixo


Os catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, querem que a prefeitura carioca invista em projetos de conscientização para a separação do lixo reciclável e remunere as cooperativas que coletarem esses materiais nos condomínios da cidade.
É da capital fluminense que vem a maior parte do lixo descartada no lixão de Jardim Gramacho. Com o anúncio do fechamento da unidade até o fim do ano, os 2,5 mil catadores procuram uma alternativa de renda e cobram a aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010.
Com a capacidade esgotada, o lixão de Gramacho é um dos maiores depósitos de lixo a céu aberto do mundo. Ele recebe 17 mil toneladas resíduos sólidos por dia, sendo 9 mil toneladas da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo o presidente da Cooperativa de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, Sebastião Santos, para ampliar de 2% para 10% o percentual da coleta seletiva no município até 2014, conforme determina a nova lei, a prefeitura do Rio precisa conscientizar a população para necessidade de separar o lixo na hora da coleta.
“O Rio de Janeiro egoistamente está pensando numa solução para ele. Mas tem que se lembrar que durante 30 anos utilizou Caxias como seu único vazadouro de lixo”, disse. “É preciso que a prefeitura faça um trabalho de educação ambiental e mobilização social dos moradores, que são os maiores produtores de resíduos reciclável no estado”.
Santos lembra que a Lei de Resíduos Sólidos também determina que os governos municipais priorizem a contratação de organizações produtivas de catadores, formadas por pessoas de baixa renda, para a realização de serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Assim, os catadores de Caxias poderiam trabalhar na separação dos resíduos gerados no Rio.
As reivindicações dos catadores foram apresentadas durante reunião nesta segunda-feira (14), no Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que não contou com a presença dos representantes da prefeitura do Rio. Para o secretário estadual do Ambiente, as reivindicações dos catadores podem obrigar cidades a cumprir a lei, fechando os lixões e ampliando a coleta seletiva. “É um bom momento para o Rio, que tem fraca coleta seletiva, e [Duque] de Caxias avançarem [na questão]“, disse.
Durante a reunião, os catadores também reivindicaram projetos educacionais e de qualificação profissional para atenda pessoas de todas as faixas etárias. Eles explicaram, que nas 3 mil vagas oferecidas pelo Ministério do Trabalho no ProJovem Trabalhador, só podem se inscrever pessoas com até 29 anos de idade. “Como eu vou fazer, se tenho 32 anos?”, perguntou Santos. “Muitos catadores têm mais de 40 anos. Precisamos de projetos de qualificação elaborados para o nosso perfil”, disse.
No Inea, ainda foram oferecidas 600 vagas de operador de telemarketing para os catadores de Gramacho. No entanto, eles afirmaram não ter a escolaridade exigida para o emprego.
 (Fonte: Isabela Vieira/ Agência Brasil)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Catadores de Lixo temem fim dos lixões e buscam saída em cooperativas

 O fim dos lixões, previsto para ocorrer até 2014, preocupa parte dos cerca de 1 milhão de brasileiros que vivem da coleta de materiais recicláveis. A lei aprovada em 2010 determina que eles sejam incluídos em um novo modelo de coleta do lixo. “Eles temem não conseguir participar desse processo”, diz Jaira Puppin, coordenadora de comitê interministerial de Inclusão Social dos Catadores.

O número de lixões no país é desconhecido, mas o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirma que mais de 60% das cidades não tratam o lixo adequadamente. A reciclagem também é limitada. “Apenas 900 municípios de 5.565 possuem algum tipo de coleta seletiva”, afirma Sérgio Gonçalves, diretor de Ambiente Urbano do MMA.

Recentemente, o cotidiano dos catadores mobilizou artistas e cineastas. Em 2011, os catadores foram retratados no documentário ‘Lixo extraordinário’, que concorre ao Oscar com a apresentação da realidade do Aterro de Gramacho. O mesmo lixão foi cenário de ‘Estamira’ (2004), de Marcos Prado, e voltará às telas com ‘As crianças do lixão’, de Robert Ziehe.

Em Gramacho, os mais de 1,3 mil catadores garimpam o material reciclável em meio ao lixo despejado por cerca de 900 caminhões – 9 mil toneladas diárias. “Eu trabalhava em um depósito aqui perto, quando minhas colegas me contaram que havia um jeito de ganhar dinheiro mais fácil, sem burocracia. Assim eu vim parar aqui”, conta a catadora Débora da Cruz Amaral, de 26 anos. Ela afirma que conseguiu organizar sua vida com o dinheiro pago pelo lixo recolhido. “Comprei uma moto, um terreno e os móveis da minha casa”, afirma.
Sobre o fim do aterro, Débora diz que está determinada a procurar outras oportunidades. “Às vezes nem acredito que vim parar aqui. Não quero mais ficar aqui, já estou colocando currículos em empresas da região, vamos torcer”, conta a jovem.
A falta de perspectivas é compartilhada pelos colegas. “Ainda não sei o que vou fazer”, diz Isac Alves Rodrigues, 64 anos, que trabalha há mais de 20 em Gramacho. “Talvez eu vá para o Lixão de Bangu. Mas Seropédica (onde está sendo preparado um novo aterro sanitário) não. Lá é muito distante”, reclama o catador.
Hoje, o material recolhido é revendido para os 42 depósitos ao redor. Para o coordenador do aterro, Lucio Viana, as cooperativas de catadores devem substituir o atual sistema. “As cooperativas precisam se legalizar, ter a posse dos documentos exigidos, constituindo um fundo de apoio e capacitação aos catadores”, diz ele. O espaço deve ser desativado antes do prazo dado pelo governo federal. Em março, uma reunião entre governo e catadores deve definir a data final da desativação total.

A expectativa não é verificada nos arredores de Brasília, onde o dilema dos catadores já dura cinco décadas. A cerca de 10 quilômetros do plano piloto, uma verdadeira cidade se formou a partir do depósito de lixo. Ronei Alves de Lima, integrante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), avalia que a capital brasileira tenha quatro mil catadores e produza 2,4 mil toneladas de lixo por dia. O principal destino do lixo é o depósito irregular na Cidade Estrutural.

Na quarta-feira (23), deputados distritais visitaram o local e constataram as irregularidades. “O direito à vida é ignorado ali e isso coloca em risco o cumprimento dos direitos humanos. É preciso agir, e rapidamente”, disse a deputada distrital Celina Leão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa. A situação no “Lixão da Estrutural” é a mesma desde 1960 e os catadores temem que eventuais mudanças não sejam bem conduzidas. “Para mudar, é de fundamental importância que o governo implante a coleta seletiva”, diz Ronei.

Segundo ele, há mais de 20 cooperativas em atividade no Distrito Federal. Ronei garante que o trabalho organizado pode render mais para os cooperados. “No lixão, recolhe mais, só que mais contaminado e com menos valor”, aponta. O cooperativismo também é apontado como saída por catadores de Serra, no Espírito Santo. A presidente da Recuperlixo, Maria do Carmo Cantilio, explica que a cooperativa abriga mais de 30 pessoas, com apoio de caminhões e galpões próprios. Após 12 anos de cooperativa, o contraste com o trabalho que antes era realizado a céu aberto, nos lixões, é grande. “Ali trabalha no meio de urubus. Muda muito”, aponta. Atualmente, o grupo recicla até 20 toneladas por mês. “É muito pouco ainda. Se tivesse coletiva, conseguiria 50 toneladas”, diz Maria.

Entretanto, a presidente da cooperativa alerta para o que considera riscos. “Concordo que acabem com os lixões, mas que não coloquem os trabalhadores escravizados”, explica. “Aqui, não somos empregados e não temos patrão. Eles (governo e prefeituras) têm que avaliar: dar o anzol e deixar eles pescarem”, afirma Maria. Segundo ela, um catador consegue até cerca de R$ 1 mil, de acordo com sua capacidade de trabalho e locais onde consegue retirar o material. Na cooperativa, o rendimento médio é de R$ 400 mil.

Orgulho e mudança – Minas Gerais tem 385 lixões e 227 aterros controlados, segundo dados da Gerência de Saneamento Ambiental da Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam). Para Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima, 50 anos, o trabalho em um lixão começou quando ele tinha sete anos. Foi no lixão batizado de “Céu Aberto” em Itaúna, no Centro-Oeste do estado, que ela aprendeu a profissão. “A gente via que a catação não era uma coisa legal, mas não tão indigna e vergonhosa, era um trabalho”, conta.

Aos 38 anos, e depois de passar por cinco lixões, criou uma cooperativa de reciclagem responsável pela mudança em sua vida. “Hoje eu tenho orgulho por ter passado pelo lixão, porque através deste trabalho eu sou uma pessoa que resgatei minha cidadania, eu conquistei as coisas, meu sonho era comprar a casa própria, graças a Deus, a gente conseguiu com o dinheiro que vinha disso [lixo]”, explica. Ela conta que assistiu ao filme “Lixo extraordinário” e que se identificou com uma menina que usava várias roupas sobrepostas. “A gente tinha esse cuidado de vestir duas, três calças, duas, três blusas, vestir uma camisa de manga comprida, por uma coisa na cabeça para proteger”, lembra.

Desafio para governo federal – A coordenadora da secretaria executiva do Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Jaira Maria Alba Puppin, diz que a Lei de Resíduos Sólidos é o marco nas políticas voltadas para esses trabalhadores, mas admite que os que vivem na informalidade temem os efeitos das mudanças previstas para ocorrer até 2014. “Eles temem não conseguir participar desse processo, não serem contratados pelas prefeituras”, diz a coordenadora do comitê.

Para defender a inclusão dos catadores no processo de coleta da reciclagem do lixo, ela ressalta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta que o Brasil deixa de economizar R$ 8 bilhões com material que é depositado em lixões e aterros. Segundo ela, a avaliação do governo é de que, em 2007, o país tivesse entre 800 mil e 1 milhão de catadores. “Acho uma estimativa tímida”, avalia Jaira. Segundo ela, são cerca de mil os grupos que se relacionam com a administração pública.
O diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Sérgio Gonçalves, afirma que “mais de 60% dos municípios brasileiros dispõem de forma inadequada” o lixo. De acordo com ele, apenas 900 municípios dos 5.565 existentes no Brasil possuem algum tipo de coleta seletiva, seja organizado por empresas ou cooperativas. Ele ressalta que a estimativa do governo é de que o total de catadores organizados em cooperativas seja de apenas 35 mil catadores. “O potencial de organização é muito grande”, explica.

Ele reconhece que os catadores estão temerosos quanto o futuro fim dos lixões, mas aponta que medidas legais procuram fazer uma espécie de reserva de mercado. “A política (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) vem no sentido inverso: o lixo existe, o resíduo existe e a lei diz: utilize o catador. Você potencializa e coloca o catador como protagonista”, avalia. O diretor diz que a Lei de Saneamento, anterior à Lei de Resíduos Sólidos, já permitia que prefeituras contratem cooperativas de catadores sem licitação. “Está na mão dela fazer isso. (…) Os catadores vão ter um mercado muito mais amplo do que têm hoje e de maneira muito organizada”, diz.

Nos últimos anos, a inclusão dos catadores e a eliminação dos lixões avançaram no estado de São Paulo. De acordo com o MNCR, Diadema, Biritiba Mirim, Arujá, Assis, Araraquara, Orlândia, Ourinhos e São José do Rio Preto são considerados modelos de coleta com a participação dos catadores. Na capital paulista, não há lixões e o lixo é destinado a aterros sanitários. Entretanto, o MNCR diz que apenas 1% do lixo paulistano é reciclado e mais de 20 mil catadores trabalham nas ruas da cidade sem apoio. 
(Fonte: G1)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Brasileiros usam 150 bilhões de sacolas plásticas por ano

 Um levantamento inédito revelou que menos de 20% dos brasileiros levam sacolas retornáveis aos supermercados. É um dos percentuais mais baixos da América Latina.

Elas estão sempre ao nosso lado. São muito mais numerosas do que a gente e vivem muito mais tempo do que nós. Uma pesquisa feita em 200 mil domicílios de 11 países da América Latina mostra que, enquanto 77% dos bolivianos usam sacola retornável, entre os brasileiros, apenas 19% levam ao supermercado a própria sacola.

“Vou levar tudo isso de saquinho. Eu acho interessante porque eu acabo, quando eu chego em casa eu uso eles novamente, coloco lixo, essas coisas”, conta.

A pior coisa é ter em casa várias lixeirinhas, cada uma com uma sacolinha plástica que depois vão todas para outra sacola plástica maior. O melhor que se use, em vez de plástico, papel: jornal, por exemplo. É só você dobrar, fazer uma espécie de dobradura, e pode usar uma folha, duas folhas ou qualquer outro tipo de papel. É difícil, mas a gente precisa aprender a viver longe das nossas queridas sacolinhas plásticas.

Uma única sacolinha pode parecer inocente, mas o que dizer dos 150 bilhões de sacos plásticos que se usam no Brasil a cada ano? E das 100 milhões de toneladas de plástico que formam, em pleno Oceano Pacífico, uma ilha de plástico?

“O saco plástico, embora ele não seja degradável, ele é fragmentado durante o tempo. E esses pequenos fragmentos são comidos, por exemplo, pelas bactérias. Quem come as bactérias vai estar comendo plástico e o outro também até que nós estamos comendo plástico hoje. Não há dúvida nenhuma que nós estamos comendo plástico processado por bactérias, processado pelos peixes, processado por animais que estão em contato com o plástico já fragmentado”, explica Hélio Mattar, especialista do Instituto Akatur pelo Consumo Consciente. (Fonte: G1)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

EXCLUSIVO: Associação goiana vai inaugurar fábrica de sabão e serralheria com foco na sustentabilidade

DANIELLE JORDAN / AMBIENTEBRASIL

Nesta sexta-feira, 20, a Associação Fábrica Ação inaugura sua primeira unidade, em Aparecida de Goiânia. A entidade sem fins lucrativos promove capacitação profissional de internos de casas de recuperação. Na unidade será instalada uma fábrica de saneantes e serralheria em PVC reciclado.

A principal matéria prima do saneante, o óleo de cozinha usado, será transformado em sabão em barra e líquido, além de amaciantes de roupas, sabão em pó e pasta saneante para limpeza pesada. O PVC reciclado dará origem a grades, portões e lixeiras.

Outros projetos devem começar a ser desenvolvidos em breve pela associação, a construção de casas a partir de garrafas PET e resíduos da construção civil e construção de placas coletoras de energia solar com o metal das embalagens Tetra Pak.

*Com informações da UFG.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Resolução do Conama será piloto para reciclagem de embalagens

Até o final deste ano deverá estar pronta a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que trata do gerenciamento das embalagens usadas de óleos lubrificantes de veículos. O modelo que definirá normas e metas para a reutilização desses produtos servirá para a ordenação de todos os outros tipos de embalagens.


“Neste momento em que aguardamos a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos, neste ano em que o Conama completa sua centésima reunião ordinária e neste momento em que o Brasil apresenta índice de crescimento semelhante à China, essa resolução que está em debate é muito representativa. Desenvolvimento significa riqueza, inclusão social, mas também significa lixo”, afirma o diretor do Conama, Nilo Diniz. Ele comenta que a indústria está cada dia mais responsável pelo destino de seus produtos e que isso se evidencia na capacidade técnica de seus representantes no Conselho Nacional do Meio Ambiente.

O Grupo de Trabalho – constituído pelo MMA, indústria, organizações governamentais e não governamentais, estados, municípios e empresas de reciclagem – reuniu-se nesta terça-feira (20) para formular a minuta que será submetida à apreciação da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos e pela Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos, e em seguida ao plenário do Conama. “Pela manhã, foi analisado o texto da Política Nacional de Resíduos Sólidos que será sancionada pelo presidente da República. E à tarde, o GT se dedicou ao debate da minuta”, informa o assessor técnico Adriano Gerin, do Ministério do Meio Ambiente. A preocupação dos participantes é checar a adequação do trabalho já realizado à nova política que deverá estar no Palácio do Planalto no início de agosto.

A avaliação poderá esticar um pouco o prazo previsto pelo Conama para bater o martelo a respeito da resolução. Mas os participantes acreditam que isso ainda possa acontecer neste ano. O interesse é amplo. “Esse é um novo mercado. Tem interesses econômicos, de preservação ambiental e de gerenciamento desses resíduos, que no Brasil não tem controle. E essa resolução vai servir de modelo para outras embalagens”, afirma o coordenador do GT, Ricardo Lopes Garcia, especialista em Resíduos Sólidos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

O representante da Fiesp diz que a expectativa da indústria é que se atinja o máximo de reciclagem. O percentual de reaproveitamento, segundo ele, vai depender da resolução que está em discussão, pois “vai obrigar a todos os entes da cadeia produtiva a trabalharem em conjunto, fazendo um acordo para gerenciar esse material”. Ele comenta que o trabalho até agora realizado pelo GT “está totalmente adequado” à PNRS, até porque a sua aprovação já estava prevista.

Entre os grandes interessados na resolução, presente na reunião do Conama, estava o responsável pelas Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, Gilmar do Amaral. Ele afirma que a logística reversa representa uma verdade para a indústria: “Isso é dinheiro. As embalagens são matéria-prima rica.” Ele explica que o plástico das embalagens de lubrificantes pode ser usado para fabricar novas embalagens ou para a fabricação de artigos como baldes e cestos de lixo. “O quanto vamos reciclar depende das metas a serem definidas.” O aproveitamento deverá ser gradual, de acordo com a evolução da organização das empresas, governos e sociedade em geral.

(Fonte: Cristina Ávila/ MMA)

quinta-feira, 11 de março de 2010

DOENÇAS RELACIONADAS AO LIXO



Doenças Relacionadas ao Lixo

Entre as doenças relacionadas ao lixo doméstico, destacamos:

cisticercose, cólera, disenteria, febre tifoide, filariose, giardíase, leishmaniose, leptospirose, peste bubônica, salmonelose, toxoplasmose, tracoma, triquinose e mais outras nove.



Outros problemas sanitários ligados ao destino inadequado do lixo são:





Poluição dos mananciais (chorume);

Contaminação do ar (dioxinas e visibilidade aérea);

Assoreamentos (depósito em rios e córregos);

Presença de vetores (moscas, baratas, ratos, pulgas, mosquitos);

Presença de aves (colisão com aviões a jato);

Problemas estéticos e de odor; e

Problemas sociais (catadores em lixões).

Poluição dos Mananciais

O principal poluente do lixo que afeta a qualidade da água dos mananciais de superfície e subterrâneos é o chorume, líquido resultante da lavagem dos lixões pelas águas das chuvas; é um dos maiores poluentes conhecidos, comparando-se ao vinhoto, resultante da indústria sucroalcoeira. O lixo lançado nos córregos (como na foto), servem de substrato para as larvas de mosquitos e impedem o fluxo da água, sendo uma das principais causas das enchentes urbanas.



Contaminação do Ar

A queima do lixo, que pode ser provocada ou natural (autocombustão ou reflexo dos raios solares num fundo de garrafa de vidro, por ex.), lança no ar dezenas de produtos tóxicos, que variam da fuligem (que afeta os pulmões) às cancerígenas dioxinas, resultantes da queima de plásticos. As fumaças podem, inclusive, interromper o tráfego áereo.



Assoreamentos

O entupimento de córregos, pontes e bueiros pelo lixo provoca enchentes, cujas consequências, além das perdas materiais, são as doenças como a leptospirose, causada pela urina dos ratos. Barreiras flutuantes, construídas com garrafas tipo pet, podem reter parte deste material.



Presença de Vetores

O acúmulo de lixo cria, em consequência, vetores de doenças, como baratas, moscas, ratos, escorpiões e os temidos mosquitos.



Presença de Aves

A presença de aves como garças e urubus nos lixões, principalmente aqueles localizados próximos dos aeroportos, pode causar sérios acidentes aéreos, tanto no pouso como na decolagem das aeronaves. De janeiro de 2000 a junho de 2003 foram registradas cerca de oitenta (80) colisões de aviões com aves, no município do Rio de Janeiro, a maioria nas cercanias do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim. Um urubu de 1,5 a 2 kg de peso, chocando-se com um avião a jato que vôe a 400 km/h, corresponde ao impacto de um peso de 7 toneladas. E olhe quanto urubu na foto !



Problemas Estéticos e de Odor

Todos sabemos dos problemas estéticos e de mal cheiro dos lixões, posto que, segundo levantamento da ONU em outubro de 2003, cerca de 16 milhões de brasileiros não possuem coleta domiciar de lixo. O mais grave é que cerca de 64% dos municípios no Brasil depositam o lixo coletado em lixões a céu aberto, como o da foto.



Problemas Sociais

Os lixões são a única fonte de renda de milhões de brasileiros de baixa renda. Alguns, chegam a viver, em tendas, nos lixões. A alternativa é reuni-los em Cooperativas de Catadores ou empregá-los em Usinas de Reciclagem e de Compostagem. Além das doenças, o maior problema desses catadores é o risco de acidentes no manuseio de materiais perfuro-cortantes, despejados junto com o lixo doméstico pelos hospitais e postos de saúde, prática irregular, mas comum no Brasil.