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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Cerco ao churrasco? Estudo propõe ‘cortar na carne’ contra mudanças climáticas


Você sabia que cortando o seu churrasquinho de fim de semana pode estar ajudando a combater a seca que desatou a crise da falta d’água em São Paulo ou o derretimento das geleiras no Ártico?
Pelo menos é o que sugere um estudo britânico que defende que comer muita carne não só faz mal à saúde, como também faz mal ao planeta – e propõe uma série de medidas para reduzir o consumo do produto no mundo.
No estudo “Changing climate, changing diets” (Mudando o clima, mudando a dieta), publicado semanas após um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um limite no consumo de carne vermelha e relacionar a ingestão de carnes processadas a um aumento do risco de câncer colorretal, pesquisadores do centro de estudos Chatham House (também conhecido como Instituto Real de Assuntos Internacionais) dizem que a adoção de uma dieta “sustentável” – com níveis moderados de consumo de carne vermelha – poderia contribuir com um quarto da meta global de cortes na emissão de gases causadores do efeito estufa até 2050.
A pesquisa, divulgada nesta terça-feira, diz que o consumo global de carne tende a aumentar 76% até meados do século e que em países industrializados já se come, em média, duas vezes mais carne do que os especialistas recomendam.
“O resto da população global não pode convergir para os níveis de consumo de carne dos países desenvolvidos sem que haja um custo social e ambiental imenso” diz. “São padrões incompatíveis com o objetivo de evitar o aquecimento global.”
“É claro que não estamos defendendo que todos devem se tornar vegetarianos”, explicou à BBC Brasil Antony Froggatt, que assina o estudo junto com as pesquisadoras Laura Wellesley e Catherine Happer. “Mas sim que são necessárias políticas que ajudem a informar melhor a população sobre o problema e favoreçam níveis de consumo de carne mais saudáveis e sustentáveis, reduzindo o excesso onde ele existe.”
O relatório menciona dados da FAO, braço da ONU para a agricultura e alimentação, segundo os quais a criação de animais para o abate ou a produção de leite e ovos responde por 15% das emissões globais de gases do efeito estufa – o equivalente às emissões de todos os carros, caminhões, barcos, trens e aviões que circulam mundo afora.
O problema estaria em parte ligado ao fato de que a digestão de gado bovino libera uma grande quantidade de gás metano, um dos grandes vilões do efeito estufa. Também haveria um efeito negativo derivado do desmatamento para formação de pastagens e de gases emitidos com a aplicação de adubos e fertilizantes sintéticos.
O estudo da Chatham House faz um levantamento exclusivo sobre as atitudes de pessoas de 12 países – entre eles o Brasil – sobre o consumo de carne, a relação entre a criação de animais e as mudanças climáticas e possíveis políticas públicas para lidar com a questão. O objetivo, segundo seus autores, seria entender “como o ciclo de inércia pode ser quebrado e uma dinâmica positiva de ação do governo e da sociedade pode ser criado.”
Entre as medidas propostas estão políticas para expandir a oferta de alimentos que sejam uma alternativa à carne, mudanças nos cardápios nas escolas e outras instituições públicas, o estabelecimento de diretrizes internacionais sobre o que seria uma dieta “sustentável e saudável” e o fim dos subsídios aos produtores de carne onde eles existem.
Cálculos – Não é de hoje que os cientistas tem tentado entender o impacto ambiental da produção pecuária e medir a emissão de gases poluentes nessa atividade.
Em 2009, um grupo de pesquisadores brasileiros ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluiu que a pecuária poderia ser responsável por quase 50% das emissões totais de gases de efeito estufa no país.
No mesmo ano, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (COP 15), o Brasil se comprometeu a cortar suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. E, como o país tem um dos maiores rebanhos bovinos comerciais do planeta, há certo consenso de que, para fazer isso, precisa reduzir as emissões do setor pecuário.
A resposta a esse problema, porém, divide pesquisadores, ativistas e associações de produtores em uma guerra de argumentos e números.
Para alguns, a solução passa por uma redução do consumo “excessivo”, como defendem especialistas da Chatham House – que mencionam recomendações como as do Fundo Mundial para Pesquisas de Câncer, de que a ingestão de carne vermelha deve ser limitada a uma média de 70 gr por dia (cerca de 500 gr por semana).
Escolas municipais de cidades como São Paulo e Curitiba, por exemplo, há alguns anos vêm aderindo à campanha Segunda-feira sem Carne, que se propõe a “conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta”. A campanha, apoiada no Brasil pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) existe em 35 países e no Reino Unido, é apadrinhada pelo ex-beatle Paul McCartney.
Para outros especialistas e associações setoriais, porém, a chave para resolver a questão é melhorar a produtividade da pecuária e incorporar ao setor tecnologias capazes de reduzir suas emissões de poluentes.

Péricles Salazar, presidente Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), por exemplo, considera as propostas de redução do consumo “absurdas” e “sem base científica sólida”.
Rodrigo Justos de Brito, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), considera razoável que haja uma conscientização sobre o consumo excessivo na esfera individual – “porque, afinal, tudo que é feito em excesso pode fazer mal”.
Ele não acredita, porém, que essa seja uma resposta para a questão do impacto ambiental do setor.
“Só com as melhorias no sistema produtivo da pecuária calculamos que podemos reduzir suas emissões (de gases de efeito estufa) para um terço, o que significa que conseguiríamos criar três vezes mais animais sem que houvesse um aumento do impacto ambiental nesse sentido”, diz Brito.
Entre essas melhorias técnicas estariam a recuperação das pastagens (que aumenta o carbono “capturado” pela vegetação e permite uma produção maior em uma área menor), a redução do tempo necessário para o abate dos animais e a adoção de uma nutrição mais adequada, para reduzir a emissão de gás metano.
“Para entender o impacto potencial de melhorias como essas, basta lembrar que se estivéssemos criando boi com as mesmas técnicas e produtividade de 50 anos atrás, a Amazônia provavelmente não existiria mais”, afirma Brito.
Para o engenheiro agrônomo Sérgio De Zen, da USP, também é necessário aprimorar os sistemas de medição para que se possa entender como a emissão de gases do efeito de estufa pode variar de acordo com especificidades de diferentes sistemas de produção pecuária.
“O próprio estudo da FAO (que mostra as emissões do setor como equivalentes às dos veículos), por exemplo, não considera o efeito positivo da captura de gás carbônico pela vegetação, no caso de gado criado no pasto”, diz ele.
Para Zen, mesmo que o consumo seja de fato reduzido nos países desenvolvidos em resposta a campanhas e estudos como o da Chatham House, existe um número grande de pessoas na Ásia e outras regiões que hoje comem menos carne que o recomendado – e devem passar a ter acesso ao produto, conforme seus países cresçam e se desenvolvam.
“É razoável esperar que o consumo do continue a crescer em função disso, por isso acho que a chave para reduzir as emissões do setor está mesmo na produção”, opina. 
(Fonte: G1)
(Foto: Thinkstock)

Conferência do clima de Paris terá presença de 147 chefes de estado

Chefes de Estado e de Governo de 147 países confirmaram presença na reunião que marcará o início da cúpula do clima de Paris, a COP21, na próxima segunda-feira (30), anunciaram os organizadores.
Barack Obama (Estados Unidos), Xi Jinping (China), Angela Merkel (Alemanha), Dilma Rousseff (Brasil) e Enrique Peña Nieto (México) estão entre os líderes esperados em Paris, informou a presidência francesa da COP21, que pretende alcançar um acordo global capaz de frear o perigoso aquecimento do planeta.
Organizadores chegaram a levantar dúvidas sobre a realização do encontro após os atentados terroristas de 13 de novembro em Paris, mas poucos dias depois o governo francês reconfirmou a agenda do evento.
A cúpula será realizada em um ambiente controlado por seguranças num centro de convenções em Le Bourget, ao norte de Paris.
Autoridades de segurança mantiveram a programação dos eventos que ocorrerão a portas fechadas, mas cancelaram a realização de duas passeatas, previstas para o dia 29 de novembro e 12 de dezembro.
O objetivo da cúpula do clima é a negociação de um acordo global para desacelerar o aumento nas emissões de gases do efeito estufa. 
(Fonte: G1)
(Foto: Internet)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

China e EUA anunciam acordo histórico contra o aquecimento global

Os dois maiores emissores de gases que provocam o efeito estufa no planeta, China e Estados Unidos, anunciaram nesta quarta-feira um acordo "histórico", recebido com alívio pelos cientistas, mas com ceticismo pelos republicanos americanos, que o consideram uma ameaça à criação de empregos.
O presidente americano Barack Obama e o chinês Xi Jinping se comprometeram em Pequim a dar um alívio ao planeta, um ano antes da conferência do clima de Paris, onde se espera um acordo global.
Para Obama este é um "acordo histórico" e o "maior marco nas relações" entre os dois países.
"Concordamos em assegurar que as negociações sobre a mudança climática alcançarão um acordo em Paris", afirmou Xi.
As tentativas de alcançar um acordo contra o aquecimento global, sobre o qual os cientistas alertam que o planeta está próximo de um ponto catastrófico sem retorno, foram bloqueadas até agora pela falta de vontade da China e dos Estados Unidos de trabalharem juntos no problema.
Esta é a primeira vez que a China estabelece como objetivo alcançar o teto nas emissões "por volta de 2030", com a intenção de "tentar atingi-lo um pouco antes". Até agora, o país sempre mencionava "o mais rápido possível".
Obama, que enfrenta uma reação que vai do ceticismo à negação total do aquecimento global no Congresso americano, se comprometeu a reduzir entre 26% e 28% as emissões até 2025, na comparação com os níveis de 2005.

"Temos uma responsabilidade especial para liderar o esforço mundial contra a mudança climático", disse Obama em uma entrevista coletiva conjunta com Xi."Esperamos estimular todas as economias para que sejam mais ambiciosas", disse.
China e Estados Unidos, que produzem juntos quase 45% do dióxido de carbono mundial, serão vitais para garantir um acordo mundial no próximo ano para reduzir as emissões depois de 2020 e limitar o aquecimento global a 2°C.
A comunidade internacional estabeleceu a meta para evitar problemas em grande escala no clima, o que significaria uma redução dos recursos, conflitos, a elevação do nível dos oceanos e a extinção de espécies, entre outros efeitos nocivos.
Mas o tempo é cada vez mais curto, já que segundo os cientistas as medidas adotadas pelos países são insuficientes para limitar a dois graus o aumento da temperatura global.


Um novo dia


 Durante muito tempo, os dois países trocaram acusações para não reduzir as emissões dos gases que provocam o aquecimento do planeta.
Depois que reunião de cúpula do clima de Copenhague de 2009 esteve a ponto de terminar em um grande fracasso, mas que foi salva no último minuto graças a um entendimento entre Obama e as autoridades chinesas da época, Washington e Pequim começaram a trabalhar no acordo anunciado nesta quarta-feira.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o acordo China-EUA de "importante contribuição" à luta mundial contra o aquecimento global.
"É uma importante contribuição ao novo acordo sobre o clima que deve ser assinado no próximo ano em Paris", disse Ban.
Ele também elogiou a liderança dos dois países com o anúncio.
"Peço a todos os países, e sobretudo às grandes economias, que sigam o exemplo da China e dos Estados Unidos", completou.
Christiana Figueres, secretária da Convenção Marco da ONU sobre a Mudança Climática, aplaudiu o anúncio que dá "uma empurrão prático e político" às negociações.
O Instituto de Recursos Mundiais, um grupo de defesa do meio ambiente com sede nos Estados Unidos, considerou o acordo Obama-Xi um avanço importante, que abre um novo período.

Republicanos céticos
Boa parte das ações de Obama para combater as mudanças do clima aconteceram com decretos presidenciais, sem tanta cooperação dos congressistas.
O prazo estabelecido por Obama com o novo compromisso é de pelo menos uma década, mas ele tem apenas mais dois anos de presidência.
Agora ele enfrenta a oposição republicana em maioria na Câmara e no Senado, o que tornará ainda mais difícil aprovar qualquer lei de defesa do meio ambiente.
O novo líder republicano do Senado não demorou a reagir ao acordo.
"Este é um plano pouco realista, que o presidente quer deixar para o sucessor", disse Mitch McConnell.
Para o republicano, o plano afetará a criação de novos postos de trabalho e o custo da energia.
A União Europeia, que representa 11% das emissões de gases do efeito estufa, se comprometeu no mês passado a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com os níveis de 1990.
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/obama-e-xi-jinping-anunciam-acordo-sobre-mudanca-climatica

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Rondônia está entre os estados que mais fazem queimadas, afirma Inpe


Entre terça (28) e quarta-feira (29) Rondônia ficou em segundo lugar no ranking de estados que mais produzem queimadas no país, ficando atrás somente do Mato Grosso, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Neste período foram registrados pelo Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, 2.074 focos de incêndio em Rondônia. Só em Porto Velho foram mais de 1,5 mil. “A capital responde por cerca de 45% das queimadas registradas no estado. É um número muito alto”, explica o coronel do Corpo de Bombeiros Genival dos Santos Silva, que faz parte do comitê.
De quarta (29) para esta quinta-feira (30), até as 8h, já foram totalizados 899 incêndios no estado. Na capital mais de 500 focos foram registrados.
De acordo com o representante do corpo de bombeiros, coronel Felipe Santiago Chianca, após um sobrevôo de reconhecimento, em parceria com o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), foi constatado que 90% dos incêndios na região de Porto Velho são oriundos de novos desmatamentos.
“O próprio homem está se prejudicando. Por isso decidimos intensificar a fiscalização contra queimadas, para coibir este tipo de ação”, diz Chianca.
O ano mais crítico relacionado a incêndios foi 2010, quando cerca de 40 mil queimadas foram registradas em áreas florestais no estado, segundo o Centro Especializado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais de Rondônia (Prevfogo), Roberto Fernandes Abreu. Ainda de acordo com Roberto, esse número caiu pela metade em 2011, quando foram registrados 20 mil incêndios. 
(Fonte: Larissa Matarésio/ G1)
(Foto: Internet)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aquecimento global revive sonho de navegação pelo Ártico



Enquanto contornava a ponta mais setentrional da Rússia em seu rebocador oceânico no verão do Hemisfério Norte, o capitão Vladimir V. Bozanov viu muitas morsas, bandos de belugas e, ao longe, alguns icebergs.
Uma coisa que não encontrou enquanto rebocava uma barcaça industrial durante 3.702 quilômetros através do Oceano Ártico foi gelo sólido impedindo o caminho ao longo da rota. Segundo ele, dez anos atrás, uma passagem sem gelo, mesmo no auge do verão, era excepcionalmente rara.
Porém, cientistas ambientais dizem que agora não existe dúvida de que o aquecimento global está encolhendo a calota de gelo do Ártico, abrindo novas vias marinhas e deixando as rotas anteriormente navegáveis perto da costa mais acessível durante mais meses do ano.
Independentemente de quais forem as repercussões ambientais terríveis de gases de efeito estufas, empresas da Rússia e de outros países ao redor do Oceano Ártico estão explorando novas oportunidades comerciais trazidas pelo aquecimento.
As companhias petroleiras podem ser as mais prováveis beneficiárias, à medida que o encolhimento da calota polar abre mais leito marinho à exploração. A Exxon Mobil, gigante do petróleo, recentemente assinou um contrato extenso para perfurar o setor russo do Oceano Ártico.
Contudo, mais do que nunca, empresas de navegação, mineração e pesca também estão olhando para o norte.
O presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson, declarou numa conferência recente sobre navegação no Oceano Ártico realizada nesta cidade portuária russa perto do Círculo Ártico que era ”paradoxal que novas oportunidades surgissem para as nossas nações’’ ao mesmo tempo em que a ameaça das emissões de carbono se ”torna iminente’’.
Enquanto isso, o primeiro-ministro russo, Vladimir V. Putin, deu apoio total às novas perspectivas comerciais no norte que está descongelando.
De acordo com ele, ”o Ártico é o atalho entre os maiores mercados da Europa e da região asiática banhada pelo Pacífico. É uma oportunidade excelente para otimizar os custos’’.
No último verão, um dos mais quentes no Ártico, um petroleiro estabeleceu um recorde de velocidade ao atravessar o Oceano Ártico em seis dias e meio, transportando uma carga de gás natural condensado. O recorde anterior era de oito dias.
Segundo os cientistas, nos últimos dez anos o tamanho médio da calota polar em setembro, época do ano em que é menor, tem sido cerca de dois terços da média das duas décadas anteriores. O Programa de Monitoramento e Avaliação do Ártico, grupo norueguês que estuda a região, prevê que dentro de 30 ou 40 anos o Oceano Ártico inteiro não terá gelo durante o verão.
Assim, planos comerciais estão sendo traçados para capitalizar as mudanças numa parte do mundo que durante boa parte da história da navegação era mais conhecida pelos sinistros registros finais nos diários de exploradores como Hugh Willoughby, da Inglaterra. Ele morreu junto com a tripulação em 1553 tentando navegar nesse atalho entre Europa e Ásia, conhecido como Passagem Nordeste.
Os russos, navegando perto da costa, usam a Passagem Nordeste há um século. Eles a abriram para a navegação internacional em 1991, após o fim da União Soviética. Contudo, só recentemente as empresas começaram a achar a rota rentável, à medida que o encolhimento da calota polar abriu caminhos mais distantes da costa – permitindo que grandes navios modernos, de maior calado, façam a viagem, eliminando dias de viagem e economizando combustível.
Em 2009, os dois primeiros cargueiros internacionais viajaram ao norte da Rússia indo da Europa à Ásia. Neste ano, até agora, 18 navios fizeram a travessia, praticamente sem gelo.
Entre as viagens houve um cruzeiro turístico pela Passagem Nordeste, o primeiro de todos, partindo de Murmansk e chegando a Anadyr, porto russo no Oceano Pacífico, do outro lado do Alasca, através do Mar de Bering.
”A viagem ofereceu atrações como estações polares russas abandonadas’’, salientou a Aurora Expeditions, operadora australiana, no material de divulgação.
Em algumas rotas, a viagem acima da Rússia agora é competitiva em relação à passagem da Europa para a Ásia via Canal de Suez. A viagem de Roterdã a Yokohama, Japão, pela Passagem Nordeste, por exemplo, é quase 7.162 quilômetros mais curta do que a rota atualmente preferida por Suez, segundo o ministro russo dos transportes. É claro, a rota ártica tem um caminho a percorrer antes de chegar as 18 mil embarcações anuais que atravessam o Canal de Suez. No entanto, o uso principal da navegação pelo Oceano Ártico até agora tem sido dar apoio a outros setores que rumam para o norte, como mineração e perfuração de petróleo, segundo participantes da conferência russa.
A Tschudi, empresa de navegação norueguesa, comprou e botou para funcionar uma mina de ferro desativada no norte da Noruega para despachar minério para a China pela Passagem Nordeste. A viagem para Lianyungang, China, demorou 21 dias em 2010, comparados aos 37 dias geralmente exigidos para chegar ao país por Suez. Executivos da Tschudi estimam economizar US$ 300 mil por viagem.
”Pouquíssimas pessoas da comunidade de navegação conhecem essa rota’’, disse Felix Tschudi, presidente da empresa, durante entrevista.
A mina de níquel e cobre da companhia russa Norilsk agora pode enviar seus metais pelo Oceano Ártico sem fretar quebradores de gelo, como no passado, economizando milhões de rublos para os acionistas. No noroeste do Alasca, a mina Red Dog, de chumbo e zinco, envia os minérios pelo Estreito de Bering, que está bem menos coalhado de gelo do que nas décadas passadas.
O escritório moscovita do Citigroup identificou cinco empresas russas bem posicionadas para se beneficiar do aquecimento global no norte, onde as temperaturas estão aumentando duas vezes mais rápido do que a média global.
Além da Norilsk, eles incluíram a Sovcomflot, empresa estatal de navegação e as duas maiores empresas de gás natural do país: Gazprom e Novatek. A quinta é a Rosneft, estatal de petróleo que firmou uma joint-venture com a Exxon Mobil para fazer perfurações no mar de Kara, parte do trecho russo do Oceano Ártico. A Rússia está reformando um estaleiro militar nos arredores de Arkhangelsk, que produzia submarinos nucleares para a União Soviética, para fabricar plataformas de exploração de gás e petróleo que suportem o gelo.
Para a indústria pesqueira internacional, o alvo é o chamado buraco da rosquinha do Oceano Ártico – os milhões de quilômetros quadrados no centro do oceano que estão além dos 322 quilômetros das zonas econômicas exclusivas das nações costeiras. Até 2000, o buraco da rosquinha passava o ano inteiro congelado. Agora, vastos trechos ao norte do Alasca e leste da Sibéria costumam ficar sem gelo no verão.
O espectro das nações famintas ao sul pescando na região agora navegável levou à edição de um relatório recente do Pew Environment Group alertando que, sem um novo conjunto de regras para a região, as populações de bacalhau do Ártico podem ser dizimadas.
Enquanto isso, como as banquisas de gelo ainda ameaçam a navegação mesmo na rotas marinhas de outra forma desimpedidas, autoridades dos Estados Unidos, Rússia e Noruega estão estudando o potencial comercial de reformar portos nos dois lados da Passagem Nordeste para transferir contêineres de cargueiros comuns para embarcações quebra-gelo que transitariam pelo Oceano Ártico, atendendo a Ásia, Canadá, a Costa Oeste dos Estados Unidos e a Europa.
Com esse plano, portos agora irremediavelmente remotos como Kirkenes, Noruega, ou Adak, Alasca, ao sul do Estreito de Bering, podem ser transformados em hubs logísticos frenéticos para a navegação ártica.
O vice-governador do Alasca, Mead Treadwell, foi um dos participantes da conferência russa. Ele observou que mercadorias no valor de quase US$ 1 bilhão passaram pelo Estreito de Bering ano passado. ”Os navios estão chegando’’, ele disse.
 (Fonte: Portal iG)
(Foto: Internet)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Reciclagem de dióxido de carbono


A contribuição do excesso de emissão de dióxido de carbono (CO2) para as mudanças climáticas globais tem levado a comunidade científica a buscar formas mais eficientes para estocar e diminuir o lançamento do composto para a atmosfera.
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica Fina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, abre a perspectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitem capturar quimicamente o gás atmosférico e convertê-lo em produtos que possam ser utilizados pela indústria química para substituir reagentes altamente tóxicos utilizados hoje para fabricação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos.
Derivadas de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, as descobertas do trabalho, intitulado “Estudo da fixação e ativação da molécula de dióxido de carbono com bases nitrogenadas”, foram publicadas na revista Green Chemistry, da The Royal Society of Chemistry.
O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma molécula, denominada DBN (uma base orgânica nitrogenada), é capaz de capturar dióxido de carbono, formando compostos (carbamatos) que podem liberar CO2 seletivamente a temperaturas moderadas. Dessa forma, a molécula poderá ser utilizada como modelo para pesquisas sobre a captura seletiva de dióxido de carbono de diversas misturas de gases.
“Essa descoberta abre perspectivas sobre como poderemos fazer com que o composto resultante da ligação da DBN com o dióxido de carbono se forme em maior quantidade. Para isso, temos que estudar possíveis modificações em moléculas que apresentem semelhanças estruturais e funcionais com a DBN para que o composto seja mais eficiente”, disse Eduardo René Pérez González, principal autor do estudo, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor da Unesp, já se sabia que a DBN é capaz de capturar dióxido de carbono na presença de água. Por esse processo, a molécula retira um hidrogênio da água, ganha uma carga positiva (próton) e gera íons hidroxílicos (negativos) que atacam o dióxido de carbono, formando bicarbonatos.
Até então, entretanto, não se tinha demonstrado que o composto também é capaz de capturar CO2, formando carbamato, por meio de uma ligação nitrogênio-carbono tipo uretano, que tem relação direta com um processo biológico em que 10% do dióxido de carbono do organismo humano é transportado por moléculas nitrogenadas.
Em função disso, o processo também poderia ser utilizado para o tratamento de determinadas doenças relacionadas com a quantidade de CO2 e seu transporte no organismo.
“Essa descoberta nos leva a pensar que também poderíamos utilizar esse trabalho para fins bioquímicos, tentando, por exemplo, melhorar esse processo para tratamento de doenças relacionadas à concentração de dióxido de carbono nas células e alguns tecidos, como o pulmonar”, disse González.
Já na área industrial, os carbamatos – como, por exemplo, poliuretanas – derivados da captura de dióxido de carbono pela molécula DBN poderiam substituir tecnologias que utilizam reagentes altamente tóxicos, como o fosgênio, para preparação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos e em outras aplicações industriais.
“A possibilidade de se utilizar o dióxido de carbono para construir ou sintetizar moléculas que contêm o agrupamento carbonílico, sem a necessidade de se usar fosgênio ou isocianatos, representaria uma grande vantagem”, disse o pesquisador.
 (Fonte: Elton Alisson/ Agência Fapesp)
(Foto: Internet)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Rio+20 - Conferência terá mais alta prioridade da ONU, diz Ki-moon


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse esta quinta-feira (16), em Brasília, que a conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+20, que o Brasil sediará no ano que vem, será a prioridade mais importante das Nações Unidas.
A Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, que será celebrada no Rio de Janeiro de 28 de maio a 6 de junho de 2012, “será a mais importante alta prioridade para as Nações Unidas”, disse Ban Ki-moon durante visita ao Brasil, última escala de um giro por países sul-americanos.
A conferência receberá líderes de todo o mundo para discutir o desenvolvimento sustentável e a economia verde.
“A ONU vem abordando as mudanças climáticas, temos feito um bom progresso, mas não temos sido capazes de conseguir um acordo amplo sobre o tema”, disse Ban.
“O mundo enfrenta insegurança alimentar, insegurança energética, falta d’água, questões que estão interligadas e precisamos unir estes pontos”, acrescentou o chefe das Nações Unidas.
“A ONU não poupará esforços para que a Rio+20 seja um sucesso para a humanidade”, concluiu durante entrevista coletiva conjunta com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota.
O Brasil lançou no início do mês os preparativos para esta reunião de cúpula da ONU, que ocorrerá exatamente 20 anos depois da Cúpula da Terra, que reuniu em 1992, na mesma cidade do Rio de Janeiro, mais de 100 governantes e se encerrou com um plano de ação para o desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 buscará debater um modelo de economia verde que leve em conta não só o meio ambiente, mas também o desafio da inclusão social e a erradicação da pobreza no mundo. Todos os governantes dos países-membros das Nações Unidas serão convidados, informaram os organizadores.

(Fonte: Portal iG)
(Foto: Internet)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Controle do aquecimento global pede redução de contaminação do ar


Conter o aquecimento global abaixo dos 2ºC requer reduzir as emissões de CO2, mas também generalizar as medidas de luta contra a contaminação do ar (ozônio e fuligem), segundo estudo internacional.
Uma “ação rápida” contra essa contaminação, além de ser benéfica para a saúde, contribuiria para “limitar a curto prazo o aumento das temperaturas”, destacou esta análise do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O “carbono negro”, formado por partículas presentes na fuligem e emitida por veículos, incêndios florestais e certas instalações industriais, além do ozônio troposférico, principal componente da poluição urbana, contribuem para o aquecimento global.
O ozônio troposférico (de baixa altitude), que se forma a partir de outros gases, como o metano, é o terceiro gás causador do efeito estufa, atrás do dióxido de carbono (CO2) e do metano.
O estudo recomenda a adoção de medidas como a recuperação do metano nos setores de carvão, gás e petróleo, utilizando sistemas de combustão mais limpos, filtros para as partículas emitidas pelos veículos a diesel e a proibição de queimar ao ar livre refugos agrícolas.
Os cientistas chegaram à conclusão de que a combinação de medidas contra o “carbono negro”, o metano e o CO2 aumenta as chances de manter o aquecimento global abaixo dos 2°C, meta fixada pela comunidade internacional.
O estudo foi apresentado em Bonn (Alemanha), onde se celebra até sexta-feira uma reunião da ONU preparatória para a próxima grande conferência sobre o clima, no fim do ano, em Durban (África do Sul).  

(Fonte: Portal iG)
(Imagem: Internet)

domingo, 26 de setembro de 2010

Principais países poluidores debatem mudanças climáticas em Nova York

 
Representantes do Brasil e de outros países responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa se reúnem até esta terça-feira (21), em Nova York, para abordar as mudanças climáticas e tentar impulsionar negociações para combatê-las, embora analistas esperem poucas mudanças.
O Fórum das principais economias sobre Energia e Clima conta com a presença de altas autoridades governamentais, inclusive o enviado especial americano para as mudanças climáticas, Todd Stern.
Representantes de Brasil, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, China, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos participam do encontro.
O presidente americano, Barack Obama, promoveu a reunião para facilitar as negociações sobre o tema, após a decepção da cúpula de Copenhague, no ano passado.
O próximo grande encontro com vistas a se alcançar um acordo internacional para combater as mudanças climáticas que substitua o protocolo de Kyoto – que expira em 2012 – será a conferência de Cancún, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro.
Entretanto, “não acho que ninguém espere algum anúncio importante”, disse Michael Levi, analista do Conselho de Relações Exteriores.
“É um encontro de trabalho. Muitos protagonistas estão no mesmo local e no mesmo momento”, aproveitando sua presença no debate da Assembleia Geral da ONU, explicou à AFP.
O caminho para Cancún não se anuncia fácil. O ecologista Bill McKibben, cofundador do grupo de defesa do meio ambiente 350.org, disse que o fracasso do Congresso americano em aprovar uma lei para combater o aquecimento global torna “muito difícil” que se chegue a um acordo importante em Cancún.
“Acho que os próximos dois anos serão decepcionantes em termos de ações e teremos que usar este tempo para construir um movimento poderoso para obter atos reais na próxima vez que se abrir uma brecha política”, declarou.
Em junho, a Câmara de Representantes americana aprovou um projeto de lei que impõe limites às emissões de carbono e permite a comercialização de bônus de emissões de carbono.
O Senado deve, agora, ratificá-lo, mas há a oposição de democratas e republicanos dos Estados que dependem da indústria do carbono e de hidrocarbonetos.
“Uma mudança real contradiria o modelo de negócios da indústria de combustíveis fósseis”, afirmou McKibben, advertindo que a indústria é poderosa demais para permitir que o Congresso apoie a redução de emissões de gases de efeito estufa.
McKibben defende, ao contrário, uma maior ação global para criar um “movimento maciço” que apoie a redução destas emissões.
Ministros de Meio Ambiente de 45 países têm previsto reunir-se em Genebra, ainda este mês, a convite dos governos de México e Suíça.
E os negociadores dos 194 países signatários da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas se reunirão em outubro, em Tianjin, China, para uma rodada final de conversações preparatórias para a conferência de Cancún. (Fonte: Yahoo!)

domingo, 15 de agosto de 2010

Cientistas indicam relação entre calor russo e mudanças climáticas

As mudanças climáticas globais podem ser parcialmente responsáveis pelo clima quente e seco que vem causado incêndios na Rússia e feito com que a capital Moscou esteja há dias sob uma espessa camada de fumaça, afirmam cientistas ouvidos pela BBC.

De acordo com Jeff Knight, cientista especializado em variações climáticas do UK Met Office, o centro nacional de meteorologia do Reino Unido, a situação vivida por Moscou pode ser atribuída a diversos fatores, entre eles, a concentração de gases causadores do efeito estufa, que vem aumentando de forma constante.

Segundo o pesquisador, o fenômeno El Niño, que consiste no aquecimento das águas do Oceano Pacífico e afeta o clima em várias partes do mundo, além de padrões climáticos locais, também podem estar contribuindo para as condições anormais registradas na Rússia neste verão.

“A onda de calor na Rússia está relacionada a um padrão persistente de circulação de ar do sul e do leste”, diz.

“Anomalias de circulação (de ar) tendem a criar anomalias de calor e frio. Enquanto está muito quente no oeste da Rússia, está mais frio que a média em partes da Sibéria”.

“Isto faz com que recordes antigos de temperatura tenham sido quebrados, como, por exemplo, o de temperatura mais alta em Moscou. Nós esperamos mais temperaturas extremamente altas com as mudanças climáticas”, diz Knight.

Três semanas - Há cerca de três semanas, a Rússia vem sofrendo com uma onda de calor que tem causado uma série de incêndios florestais, que fazem com que a capital Moscou esteja há dias sofrendo com uma intensa neblina.

Segundo autoridades médicas da cidade, as condições fizeram com que a taxa de mortalidade na capital dobrasse.

Para cientistas ligados à ONG ambientalista WWF, o clima quente que vem causando os incêndios perto de Moscou também está relacionado às mudanças climáticas.

De acordo com o chefe do programa de clima e energia da WWF Rússia, Alexei Kokorin, as altas temperaturas que chegam a 40º C aumentaram a probabilidade de incêndios nas redondezas da capital.

Kokorin ainda afirma que, embora pessoas e animais já estejam sofrendo com as condições climáticas locais, é possível que as temperaturas aumentem ainda mais nos próximos anos.

“Nós precisamos estar prontos para combater estes incêndios, porque há uma grande possibilidade de este verão se repetir. Esta tendência não vai parar nos próximos 40 anos, até que as emissões de gases causadores de efeito estufa sejam reduzidas”, afirmou.

Segundo Kokorin, o aquecimento global cria outros problemas.

“Se ficar mais quente no inverno, na primavera e no verão, a fauna irá mudar”.

“Por exemplo, nunca tivemos tantas regiões na Rússia afetadas pela malária. Isto acontece porque os invernos estão se tornando mais quentes, e menos e menos desses organismos morrem durante os períodos de frio”.

Há ainda informações sobre o aparecimento de águas-vivas, comuns em lagos e rios quentes da Europa, Ásia e América do Norte, no rio Moscou, cujas águas estão mais quentes que o normal.

(Fonte: Folha.com)