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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Cerco ao churrasco? Estudo propõe ‘cortar na carne’ contra mudanças climáticas


Você sabia que cortando o seu churrasquinho de fim de semana pode estar ajudando a combater a seca que desatou a crise da falta d’água em São Paulo ou o derretimento das geleiras no Ártico?
Pelo menos é o que sugere um estudo britânico que defende que comer muita carne não só faz mal à saúde, como também faz mal ao planeta – e propõe uma série de medidas para reduzir o consumo do produto no mundo.
No estudo “Changing climate, changing diets” (Mudando o clima, mudando a dieta), publicado semanas após um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um limite no consumo de carne vermelha e relacionar a ingestão de carnes processadas a um aumento do risco de câncer colorretal, pesquisadores do centro de estudos Chatham House (também conhecido como Instituto Real de Assuntos Internacionais) dizem que a adoção de uma dieta “sustentável” – com níveis moderados de consumo de carne vermelha – poderia contribuir com um quarto da meta global de cortes na emissão de gases causadores do efeito estufa até 2050.
A pesquisa, divulgada nesta terça-feira, diz que o consumo global de carne tende a aumentar 76% até meados do século e que em países industrializados já se come, em média, duas vezes mais carne do que os especialistas recomendam.
“O resto da população global não pode convergir para os níveis de consumo de carne dos países desenvolvidos sem que haja um custo social e ambiental imenso” diz. “São padrões incompatíveis com o objetivo de evitar o aquecimento global.”
“É claro que não estamos defendendo que todos devem se tornar vegetarianos”, explicou à BBC Brasil Antony Froggatt, que assina o estudo junto com as pesquisadoras Laura Wellesley e Catherine Happer. “Mas sim que são necessárias políticas que ajudem a informar melhor a população sobre o problema e favoreçam níveis de consumo de carne mais saudáveis e sustentáveis, reduzindo o excesso onde ele existe.”
O relatório menciona dados da FAO, braço da ONU para a agricultura e alimentação, segundo os quais a criação de animais para o abate ou a produção de leite e ovos responde por 15% das emissões globais de gases do efeito estufa – o equivalente às emissões de todos os carros, caminhões, barcos, trens e aviões que circulam mundo afora.
O problema estaria em parte ligado ao fato de que a digestão de gado bovino libera uma grande quantidade de gás metano, um dos grandes vilões do efeito estufa. Também haveria um efeito negativo derivado do desmatamento para formação de pastagens e de gases emitidos com a aplicação de adubos e fertilizantes sintéticos.
O estudo da Chatham House faz um levantamento exclusivo sobre as atitudes de pessoas de 12 países – entre eles o Brasil – sobre o consumo de carne, a relação entre a criação de animais e as mudanças climáticas e possíveis políticas públicas para lidar com a questão. O objetivo, segundo seus autores, seria entender “como o ciclo de inércia pode ser quebrado e uma dinâmica positiva de ação do governo e da sociedade pode ser criado.”
Entre as medidas propostas estão políticas para expandir a oferta de alimentos que sejam uma alternativa à carne, mudanças nos cardápios nas escolas e outras instituições públicas, o estabelecimento de diretrizes internacionais sobre o que seria uma dieta “sustentável e saudável” e o fim dos subsídios aos produtores de carne onde eles existem.
Cálculos – Não é de hoje que os cientistas tem tentado entender o impacto ambiental da produção pecuária e medir a emissão de gases poluentes nessa atividade.
Em 2009, um grupo de pesquisadores brasileiros ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluiu que a pecuária poderia ser responsável por quase 50% das emissões totais de gases de efeito estufa no país.
No mesmo ano, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Copenhague (COP 15), o Brasil se comprometeu a cortar suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020. E, como o país tem um dos maiores rebanhos bovinos comerciais do planeta, há certo consenso de que, para fazer isso, precisa reduzir as emissões do setor pecuário.
A resposta a esse problema, porém, divide pesquisadores, ativistas e associações de produtores em uma guerra de argumentos e números.
Para alguns, a solução passa por uma redução do consumo “excessivo”, como defendem especialistas da Chatham House – que mencionam recomendações como as do Fundo Mundial para Pesquisas de Câncer, de que a ingestão de carne vermelha deve ser limitada a uma média de 70 gr por dia (cerca de 500 gr por semana).
Escolas municipais de cidades como São Paulo e Curitiba, por exemplo, há alguns anos vêm aderindo à campanha Segunda-feira sem Carne, que se propõe a “conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta”. A campanha, apoiada no Brasil pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) existe em 35 países e no Reino Unido, é apadrinhada pelo ex-beatle Paul McCartney.
Para outros especialistas e associações setoriais, porém, a chave para resolver a questão é melhorar a produtividade da pecuária e incorporar ao setor tecnologias capazes de reduzir suas emissões de poluentes.

Péricles Salazar, presidente Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), por exemplo, considera as propostas de redução do consumo “absurdas” e “sem base científica sólida”.
Rodrigo Justos de Brito, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), considera razoável que haja uma conscientização sobre o consumo excessivo na esfera individual – “porque, afinal, tudo que é feito em excesso pode fazer mal”.
Ele não acredita, porém, que essa seja uma resposta para a questão do impacto ambiental do setor.
“Só com as melhorias no sistema produtivo da pecuária calculamos que podemos reduzir suas emissões (de gases de efeito estufa) para um terço, o que significa que conseguiríamos criar três vezes mais animais sem que houvesse um aumento do impacto ambiental nesse sentido”, diz Brito.
Entre essas melhorias técnicas estariam a recuperação das pastagens (que aumenta o carbono “capturado” pela vegetação e permite uma produção maior em uma área menor), a redução do tempo necessário para o abate dos animais e a adoção de uma nutrição mais adequada, para reduzir a emissão de gás metano.
“Para entender o impacto potencial de melhorias como essas, basta lembrar que se estivéssemos criando boi com as mesmas técnicas e produtividade de 50 anos atrás, a Amazônia provavelmente não existiria mais”, afirma Brito.
Para o engenheiro agrônomo Sérgio De Zen, da USP, também é necessário aprimorar os sistemas de medição para que se possa entender como a emissão de gases do efeito de estufa pode variar de acordo com especificidades de diferentes sistemas de produção pecuária.
“O próprio estudo da FAO (que mostra as emissões do setor como equivalentes às dos veículos), por exemplo, não considera o efeito positivo da captura de gás carbônico pela vegetação, no caso de gado criado no pasto”, diz ele.
Para Zen, mesmo que o consumo seja de fato reduzido nos países desenvolvidos em resposta a campanhas e estudos como o da Chatham House, existe um número grande de pessoas na Ásia e outras regiões que hoje comem menos carne que o recomendado – e devem passar a ter acesso ao produto, conforme seus países cresçam e se desenvolvam.
“É razoável esperar que o consumo do continue a crescer em função disso, por isso acho que a chave para reduzir as emissões do setor está mesmo na produção”, opina. 
(Fonte: G1)
(Foto: Thinkstock)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Emissão de gases de efeito estufa atinge níveis sem precedentes em 2014

 O maior e mais abrangente relatório sobre mudanças climáticas, divulgado em 2014 pelas Nações Unidas, mostrou que a humanidade vivencia a última chance de reverter o processo de aquecimento global. A síntese do quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), elaborada com a participação de 800 cientistas de 80 países, e divulgada em novembro em Copenhague, na Dinamarca, indicou que, se não houver redução imediata na emissão de gases de efeito estufa, os meios de adaptação não serão suficientes, e a vida no planeta ficará ameaçada. “As mudanças climáticas não deixarão nenhuma parte do globo intacta”, disse na ocasião o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri.
O relatório mostrou que a emissão de gases de efeito estufa atingiu níveis sem precedentes nos últimos 800 anos, gerando o aquecimento da terra, o derretimento das geleiras e o consequente aumento do nível do mar. O aquecimento médio global combinado da Terra e dos oceanos no período de 1880 a 2012 chegou a 0,85°C. O nível do mar aumentou 19 centímetros de 1991 a 2010, número maior do que os registrados nos últimos dois milênios. O relatório alertou também para a acidificação dos oceanos em 26% por causa da apreensão de gás carbônico da atmosfera, o que pode ter impacto grave sobre os ecossistemas marítimos.
Caso não haja redução das mudanças climáticas, os cientistas preveem impactos severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas. “Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Eventos climáticos extremos podem levar à desagregação das redes de infraestrutura e serviços. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres”, destaca o documento.
Para frear as mudanças climáticas e gerenciar os riscos, de acordo com o relatório do IPCC, as nações precisam promover ações combinadas de mitigação e adaptação. “Reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas podem diminuir os riscos das mudanças climáticas e melhorar a possibilidade de adaptação efetiva às condições existentes”. Os cientistas reconheceram, entretanto, que essas reduções demandarão mudanças tecnológicas, econômicas, sociais e institucionais consideráveis.
Ao apresentar o relatório, nas palavras de Rajendra Pachauri, “a comunidade científica passou o bastão para os políticos”, para que eles tomem as decisões acertadas em tempo hábil. Um mês depois, entre os dias 2 e 12 de dezembro, em Lima, no Peru, delegações de 196 países tiveram dificuldades para encontrar um consenso sobre o desenho do que será o tão esperado acordo global do clima, definindo metas para a redução na emissão de gases de efeito estufa. O “Chamamento de Lima para a Ação sobre o Clima”, título dado ao documento, foi aprovado no apagar das luzes da 20ª Conferência do Clima, o que causou dúvidas sobre a capacidade dos líderes mundiais de negociar, na 21ª Conferência do Clima (COP 21), em Paris, em dezembro do ano que vem, um amplo e ambicioso acordo capaz de frear os efeitos das mudanças climáticas e garantir o futuro da humanidade.
O texto aprovado em Lima traz várias opções possíveis para a construção de um acordo climático em 2015, mas não apresenta conclusões sobre os pontos mais polêmicos: a definição de metas para o corte nas emissões de gases de efeito estufa e a consequente adaptação das nações para economias mais verdes, por meio da inovação nas indústrias e do investimento em energias renováveis.
O cientista sênior e consultor do Instituto Nacional de Pesquisa Ambiental da Dinamarca Hans Sanderson, em entrevista à “Agência Brasil”, disse que o relatório do IPCC não foi compreendido como deveria e não gerou a pressão esperada sobre a classe política. Consequentemente, observou ele, os resultados alcançados em Lima não foram suficientes. “O sistema adotado pelas Nações Unidas nas conferências do clima não é efetivo e deveria ser substituído por um outro formato mais elaborado, com maior poder de decisão”, disse. “Com certeza, o desenho de acordo aprovado na COP 20 não reflete a urgência que as mudanças climáticas demandam”, disse.
Sobre as expectativas da comunidade científica para a COP 21, em Paris, ele disse que acha difícil um acordo. “O que veremos é mais uma versão enxugada, empurrando as decisões e as ações reais para o futuro”. Na opinião do cientista, a meta de evitar que a temperatura da terra aumente mais do que 2°C não pode mais ser alcançada. “Imagine se as COPs fossem tão decisivas e efetivas em garantir recursos como foram as guerras mundiais no passado. Não estamos falando em ciência aeroespacial, a maioria das questões científicas centrais já foi discutida. Agora é uma questão de agir, mas há muitos conflitos de interesse entre países que impedem essa ação.”
Ele destacou, entretanto, alguns avanços na questão climática ocorridos em 2014. “Vimos os Estados Unidos e a China assinarem acordos para reduzir as emissões; vimos muitas cidades e países, como o Uruguai e a Alemanha, avançando rumo a 100% de energias renováveis em poucos anos; vimos o fortalecimento das discussões em torno de uma adaptação às mudanças climáticas. Tudo isso é avanço.”

(Fonte: Agência Brasil)
(Foto: Internet)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

China e EUA anunciam acordo histórico contra o aquecimento global

Os dois maiores emissores de gases que provocam o efeito estufa no planeta, China e Estados Unidos, anunciaram nesta quarta-feira um acordo "histórico", recebido com alívio pelos cientistas, mas com ceticismo pelos republicanos americanos, que o consideram uma ameaça à criação de empregos.
O presidente americano Barack Obama e o chinês Xi Jinping se comprometeram em Pequim a dar um alívio ao planeta, um ano antes da conferência do clima de Paris, onde se espera um acordo global.
Para Obama este é um "acordo histórico" e o "maior marco nas relações" entre os dois países.
"Concordamos em assegurar que as negociações sobre a mudança climática alcançarão um acordo em Paris", afirmou Xi.
As tentativas de alcançar um acordo contra o aquecimento global, sobre o qual os cientistas alertam que o planeta está próximo de um ponto catastrófico sem retorno, foram bloqueadas até agora pela falta de vontade da China e dos Estados Unidos de trabalharem juntos no problema.
Esta é a primeira vez que a China estabelece como objetivo alcançar o teto nas emissões "por volta de 2030", com a intenção de "tentar atingi-lo um pouco antes". Até agora, o país sempre mencionava "o mais rápido possível".
Obama, que enfrenta uma reação que vai do ceticismo à negação total do aquecimento global no Congresso americano, se comprometeu a reduzir entre 26% e 28% as emissões até 2025, na comparação com os níveis de 2005.

"Temos uma responsabilidade especial para liderar o esforço mundial contra a mudança climático", disse Obama em uma entrevista coletiva conjunta com Xi."Esperamos estimular todas as economias para que sejam mais ambiciosas", disse.
China e Estados Unidos, que produzem juntos quase 45% do dióxido de carbono mundial, serão vitais para garantir um acordo mundial no próximo ano para reduzir as emissões depois de 2020 e limitar o aquecimento global a 2°C.
A comunidade internacional estabeleceu a meta para evitar problemas em grande escala no clima, o que significaria uma redução dos recursos, conflitos, a elevação do nível dos oceanos e a extinção de espécies, entre outros efeitos nocivos.
Mas o tempo é cada vez mais curto, já que segundo os cientistas as medidas adotadas pelos países são insuficientes para limitar a dois graus o aumento da temperatura global.


Um novo dia


 Durante muito tempo, os dois países trocaram acusações para não reduzir as emissões dos gases que provocam o aquecimento do planeta.
Depois que reunião de cúpula do clima de Copenhague de 2009 esteve a ponto de terminar em um grande fracasso, mas que foi salva no último minuto graças a um entendimento entre Obama e as autoridades chinesas da época, Washington e Pequim começaram a trabalhar no acordo anunciado nesta quarta-feira.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o acordo China-EUA de "importante contribuição" à luta mundial contra o aquecimento global.
"É uma importante contribuição ao novo acordo sobre o clima que deve ser assinado no próximo ano em Paris", disse Ban.
Ele também elogiou a liderança dos dois países com o anúncio.
"Peço a todos os países, e sobretudo às grandes economias, que sigam o exemplo da China e dos Estados Unidos", completou.
Christiana Figueres, secretária da Convenção Marco da ONU sobre a Mudança Climática, aplaudiu o anúncio que dá "uma empurrão prático e político" às negociações.
O Instituto de Recursos Mundiais, um grupo de defesa do meio ambiente com sede nos Estados Unidos, considerou o acordo Obama-Xi um avanço importante, que abre um novo período.

Republicanos céticos
Boa parte das ações de Obama para combater as mudanças do clima aconteceram com decretos presidenciais, sem tanta cooperação dos congressistas.
O prazo estabelecido por Obama com o novo compromisso é de pelo menos uma década, mas ele tem apenas mais dois anos de presidência.
Agora ele enfrenta a oposição republicana em maioria na Câmara e no Senado, o que tornará ainda mais difícil aprovar qualquer lei de defesa do meio ambiente.
O novo líder republicano do Senado não demorou a reagir ao acordo.
"Este é um plano pouco realista, que o presidente quer deixar para o sucessor", disse Mitch McConnell.
Para o republicano, o plano afetará a criação de novos postos de trabalho e o custo da energia.
A União Europeia, que representa 11% das emissões de gases do efeito estufa, se comprometeu no mês passado a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com os níveis de 1990.
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/obama-e-xi-jinping-anunciam-acordo-sobre-mudanca-climatica

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Prejuízo provocado por carvão e gado é o dobro do PIB do Brasil


A pecuária na América do Sul e a extração de carvão na Ásia são as atividades econômicas mais prejudiciais ao meio ambiente. É o que mostra um estudo publicado na segunda-feira pela coalizão de negócios para Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (TEEB, na sigla em inglês), órgão ligado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma.
O relatório oferece uma perspectiva de negócios dos riscos que envolvem o capital natural, ou seja, os custos ambientais e sociais provocados pelos danos ao meio ambiente. O cálculo aponta que, por ano, essa conta chega a US$ 4,7 trilhões – o dobro do Produto Interno Bruto do Brasil em 2012, que foi de US$ 2,2 trilhões (R$ 4,4 trilhões).
Toda a riqueza produzida em território nacional multiplicada por dois é o quanto custa para a economia mundial os prejuízos causados pelas emissões de gases de efeito estufa, perda de recursos naturais e serviços baseados na natureza, como o armazenamento de carbono por florestas, mudanças climáticas – além dos custos de saúde associados à poluição do ar.
Transformar o impacto da degradação ambiental em cifra ainda é uma tarefa complexa. Mas os valores iniciais já assustam. “Os números desse estudo ressaltam a urgência e também as oportunidades para todas as economias que optarem pela economia verde”, comentou Achim Steiner, chefe do Pnuma.
Ásia e América do Sul como maiores predadores – A análise mostra que a extração de carvão na Ásia, liderada pela China, gera um lucro estimado em US$ 443 bilhões por ano. Ao mesmo tempo, a atividade custou US$ 452 bilhões em danos à natureza – em grande parte pela emissão de gases de efeito estufa.
Já a pecuária na América do Sul ocupa o segundo lugar no ranking. O prejuízo para a natureza foi calculado em US$ 353 bilhões, que considerou os problemas no abastecimento de água e o desmatamento principalmente na região amazônica. Por outro lado, a estimativa é que o corte da floresta tenha gerado um rendimento de apenas US$ 16,6 bilhões.
Entre os impactos provocados pelos dois setores estão as emissões de gases de efeito estufa, escassez de recursos naturais, derrubada das florestas, escassez de água, mudanças climáticas, poluição do ar e aumento dos gastos no setor de saúde.
Método quer estimular novas pesquisas – O relatório avaliou mais de 100 impactos ambientais utilizando o modelo ambiental Trucost, que concentra o uso da água, do gás de efeito estufa, resíduos, poluição do ar e da água, poluição do solo e uso da terra. Estes elementos foram quantificados por região, por meio de mais de 500 setores de atividade.
O método utilizado não dá a precisão exata, mais uma indicação dos setores prioritários e regiões onde o risco de capital natural se encontra. Ainda assim, as limitações têm um ponto positivo, de acordo com os realizadores da pesquisa: elas são apresentadas desta forma no relatório com o objetivo de estimular o desenvolvimento contínuo desse tipo de análise.
De acordo com o estudo, essa conta pode ficar mais cara nas próximas décadas. O aumento da classe média, especialmente em mercados emergentes, pode provocar uma degradação ainda maior do meio ambiente. Com um número maior de consumidores que optam pela carne e precisam de mais energia, por exemplo, os ecossistemas naturais terrestres são colocados cada vez mais em risco. 
(Fonte: Terra)
(Foto: Internet)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Rondônia está entre os estados que mais fazem queimadas, afirma Inpe


Entre terça (28) e quarta-feira (29) Rondônia ficou em segundo lugar no ranking de estados que mais produzem queimadas no país, ficando atrás somente do Mato Grosso, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Neste período foram registrados pelo Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, 2.074 focos de incêndio em Rondônia. Só em Porto Velho foram mais de 1,5 mil. “A capital responde por cerca de 45% das queimadas registradas no estado. É um número muito alto”, explica o coronel do Corpo de Bombeiros Genival dos Santos Silva, que faz parte do comitê.
De quarta (29) para esta quinta-feira (30), até as 8h, já foram totalizados 899 incêndios no estado. Na capital mais de 500 focos foram registrados.
De acordo com o representante do corpo de bombeiros, coronel Felipe Santiago Chianca, após um sobrevôo de reconhecimento, em parceria com o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), foi constatado que 90% dos incêndios na região de Porto Velho são oriundos de novos desmatamentos.
“O próprio homem está se prejudicando. Por isso decidimos intensificar a fiscalização contra queimadas, para coibir este tipo de ação”, diz Chianca.
O ano mais crítico relacionado a incêndios foi 2010, quando cerca de 40 mil queimadas foram registradas em áreas florestais no estado, segundo o Centro Especializado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais de Rondônia (Prevfogo), Roberto Fernandes Abreu. Ainda de acordo com Roberto, esse número caiu pela metade em 2011, quando foram registrados 20 mil incêndios. 
(Fonte: Larissa Matarésio/ G1)
(Foto: Internet)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Produção de 1 kg carne no Brasil produz tanto CO2 como 1,6 mil km de carro


A produção de um quilo de carne bovina no Brasil pressupõe o gasto de 335 quilos de dióxido de carbono (CO2), exatamente a mesma quantidade consumida em uma viagem de 1,6 mil quilômetros em um automóvel europeu médio.
Especialistas da Áustria e Holanda chegaram a essa conclusão em um recente estudo, cujos resultados foram divulgados nesta quinta-feira pela agência “APA”.
No caso da carne de vaca produzida nos Países Baixos, um quilo equivale a 111 quilômetros de automóvel, pois nas duas situações o CO2 emitido é de 22 quilogramas.
Kurt Schmidinger, da Universidade de Viena, e Elke Stehfest, da agência “PBL Netherlands Environmental Assessment Agency”, desenvolveram um sistema especial para fazer estabelecer o custo climático dos alimentos.
A maior inovação nestes cálculos é que, além das emissões na produção dos alimentos, o estudo também contabiliza a superfície do pasto para os animais, um fator ignorado até agora, apesar de ser considerado central para a mudança climática.
A razão é que os gramados de grandes superfícies impedem o desenvolvimento de florestas e plantas naturais, que por sua vez atuam absorvendo CO2 da atmosfera, o que combate o efeito estufa.
Segundo os especialistas, a produção de alimentos vegetais é a menos nociva para o meio ambiente.
 (Fonte: Portal Terra)
(Foto: Internet)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"Economia verde" não tem nada a ver com conservação e uso sustentável, diz advogada da Terra de Direitos



Reunidos na Universidade Federal do Acre (Ufac) nos últimos três dias, pesquisadores, estudantes e lideranças de trabalhadores rurais criticam duramente os esforços no país para regulamentar uma “economia verde”, também conhecida como “economia de baixo carbono” ou “economia da biodiversidade”, considerada por muitos menos poluente e degradante ao meio ambiente.
Os serviços ambientais, a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) e os fundos verdes do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) estão sendo considerados uma “armadilha do capitalismo” a pretexto de salvação da Amazônia.  O evento é promovido pelas organizações Rede Brasil de Instituições Financeiras e Multilaterais, Centro de Defesa de Direitos Humanos e Educação Popular e Fundação Heinrich Boell.
Nos debates e oficinas no campus da Ufac tem prevalecido o entendimento de que a conservação e uso sustentável dos recursos naturais só será alcançada com garantia do direito à terra e território, reforma agrária e proteção dos conhecimentos comunitários com direito ao livre uso da biodiversidade e da agrobiodiversidade.
No Acre, os críticos da transformação de bens ambientais em mercadoria e ao processo de privatização dos bens comuns contam com apoio da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles de Carvalho, e do líder rural Osmarino Amâncio, que comandava com Chico Mendes, nos anos 1980, o movimento dos seringueiros em defesa das florestas da região.
- O mercado de carbono já chegou para nós: a gente não pode mais nem matar uma paca pra matar a fome - disse Osmarino Amâncio, que agora lidera o Movimento Terra e Liberdade na região do município de Brasiléia, na fronteira do Acre com a Bolívia.
Recentemente, relatou Amâncio, um funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) visitou a comunidade e presenciou os moradores derrubando árvores de canelão e itaúba para construção de uma casa.  Os moradores foram advertidos que estava proibida a retirada de madeira de lei e recomendou que a casa fosse feita de madeira branca.
- Eu perguntei: por que você faz a sua casa na cidade de alvenaria e não de papelão?  Nós estamos vivendo um momento muito complicado.  Inventaram o fogo zero e já fomos avisados que não podemos sequer fazer um roçado.  Nós não vamos respeitar isso.  A proposta que nos fizeram: vocês aceitam o fogo zero e recebem uma bolsa de R$ 100 por mês.  Agora tem Bolsa Floresta, Bolsa Verde e Volsa Família.  Nós estamos chamando tudo isso de pochete miséria - ironiza o ex-companheiro de Chico Mendes.
Presente no evento, a advogada Larissa Packer, assessora jurídica da Terra de Direitos, uma organização de direitos humanos com sede em Curitiba (PR), fez a crítica mais contundente ao que denomina de “capitalismo verde”.  Segundo a advogada, a inserção dos serviços ambientais no mercado gera um mecanismo perverso, em que quanto maior a degradação, maior o valor dos serviços ambientais.
- Quanto mais emissões e quanto mais degradação do meio, mais pagamento por créditos de carbono e por serviços ambientais para autorizar o dano.  O lucro de um é o lucro do outro.  A fórmula é estritamente econômica e nada tem a ver com conservação e uso sustentável - afirmou Larissa Parker.
A advogada afirma que os critérios utilizados para a “precificação” dos recursos têm como fundamento os valores que se formam no mercado e não a sustentabilidade ambiental.
- A agenda da “economia verde” não prevê a modificação dos padrões de consumo e prevê estimular a mudança parcial dos padrões de produção unicamente por meio da atribuição de preço à biodiversidade e privatização dos bens comuns.
Larissa Packer disse que a sociedade não deixará seus modos destruidores, mas criará um novo mercado para regular essas atividades, gerando mais privatização dos valores sociais e ambientalmente gerados.
- Ao passo que, de um lado, gera-se a privatização e o comércio desses bens comuns, de outro se gera a autorização daquele que comprou crédito de compensação de carbono, ou que pagou pelos serviços ambientais de continuar emitindo GEE (gases efeito estufa) ou continuar poluindo rios e degradando o ambiente.  A degradação, portanto, não diminui.  Pelo contrário, a natureza se converte em produto do mercado, inclusive do mercado financeiro.
Veja os principais trechos da palestra de Larissa Packer:
PSA
O pagamento por serviços ambientais, conhecido como PSA, é um mecanismo criado para fomentar a criação de um novo mercado, que tem como mercadoria os processos e produtos fornecidos pela natureza, como a purificação da água e do ar, a geração de nutrientes do solo para a agricultura, a polinização, o fornecimento de insumos para a biotecnologia etc. O PSA é, portanto, um dos instrumentos elaborados para tentar solucionar os problemas ambientais dentro da lógica do mercado, sem questionar as estruturas do capitalismo.
Economia verde
Ainda que os mecanismos da economia verde possam gerar empreendimentos e tecnologias orientadas pelos princípios da sustentabilidade, é questionável, a tendência geral do sistema permanece a mesma: a necessidade de produção sempre crescente, a comercialização de um volume cada vez maior de mercadorias, levando ao consumo acelerado dos recursos naturais e de sua degradação, com a produção de resíduos e degradação.
Se a principal causa da degradação dos ecossistemas é a super-exploração dos recursos naturais pelo setor agrícola e industrial de larga escala, por que a medida do pagamento por serviços ambientais, inclusive para financiar os desmatadores, poderia resultar na conservação e uso sustentável?
E pior: a maioria dos Pls de pagamento por serviços ambientais anexados a este PL, não só beneficiam os grandes poluidores e desmatadores ao cobrir os custos das consequ¨ências danosas de suas atividades, como colocam a culpa do mal uso dos recursos, nos pequenos agricultores e famílias pobres da zona rural, que por necessidade se utilizam de forma irracional dos recursos naturais.
Hoje existem mais 10 Projetos de Lei anexados ao PL 972/2007 e todos eles apresentam como justificativa: as mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais e a necessidade de incentivar medidas de redução de emissões e de degradação ambiental; incentivo às família pobres da zona rural que se utilizam de forma não sustentável dos recursos; a falência do sistema de comando e controle, que impõem restrições legais ao uso das terras (como a função socioambiental); incentivar as boas práticas por meio de instrumentos econômicos.
Títulos verdes
O mercado de pagamentos por serviços ambientais foi pensado para se gerar dinheiro para custear o cumprimento dos tetos de emissão ou limites de conservação impostos por lei, financiando desmatadores, assim como para autorizar a continuidade das emissões e desmatamentos através do mercado das compensações.  A compra de títulos “verdes”, como a Cota de Reserva Ambiental, ou a compra de serviços ambientais autorizariam a continuidade e até o aumento das emissões e degradação das grandes corporações dos países desenvolvidos, transferindo a dívida ambiental e climática para os países e povos e comunidades do Sul.  O dinheiro levantado no mercado financeiro “verde”, não apenas paga a conta da indústria e do agronegócio como alavanca o sistema financeiro com um gigantesco mercado de produtos, tecnologias, serviços, assessorias e ativos sob o rótulo de verdes.
Embora possa significar um apoio aos agricultores familiares, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais para continuar a manter suas práticas associados a conservação e uso sustentável dos recurso, o mercado de pagamento por serviços ambientais só sobrevive se ganhar escala para cobrir seus custos.  Para isto é muito mais simples pagar grandes proprietários de terras para recompor suas APPs, RL e aumentar sua cobertura verde, do que buscar diversos agricultores espalhados em suas unidades produtivas, muitas vezes sem o título de propriedade, o que gera insegurança para o mercado e o pagador.
Deste modo, a avalanche de políticas e marcos legais para implementar este mercado de pagamentos por serviços ambientais pode representar sérios riscos para a proteção dos direitos dos agricultores, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais.
Retrocesso
Existem diversas políticas destinadas a valorização das práticas e dos produtos da agricultura familiar, seja através da implementação de Sistemas Agroflorestais e projetos de manejo facilitados, compra de sementes e mudas crioulas e o bônus para alimentos saudáveis.  Ao invés de se pagar para que comunidades se tornem prestadoras de serviços, por que o Estado não empodera estas políticas estruturantes, como, por exemplo, o aumento do bônus de 30% para 70 % para a agricultura orgânica e agroecológica?
Uma política de Pagamento por Serviços Ambientais voltada a todos indistintamente, além de beneficiar desmatadores, leva a política sócio-ambiental a tratar todas as classes de agricultores (pequenos, médios e grandes), assim como a pluralidade de povos e comunidades locais da mesma forma.  O mote que orienta a reformulação da política pública (fiscal, agrícola, ambiental): “Todos juntos contra as catástrofes ambientais, as emissões e a degradação”, pode significar retrocessos significativos nos marcos legais e na condução de políticas estruturantes da agricultura familiar camponesa e das comunidades locais.
É necessário separar o joio do trigo e apontar quem são os responsáveis pelas emissões e pelo desmatamento, assim como identificar quais são os sujeitos que vem realizando a conservação e uso sustentável, como também a produção de alimentos saudáveis para o povo.
Livre uso
O que de fato pode realizar a conservação e uso sustentável dos recursos naturais é a garantia do direito à terra e território, a reforma agrária e democratização do acesso e uso do solo rural e urbano e dos recursos naturais, a proteção dos conhecimentos comunitários pelo seu direito ao livre uso da biodiversidade e da agrobiodiversidade, respeitando as características dos bens comuns.
Na conjuntura atual, uma política de Pagamentos por Serviços Ambientais não está dissociado da criação de um mercado mundial de bens e serviços ambientais.  Por isso a redução das práticas tracionais agroecológicas e dos modos de vida das populações a um “serviço” mensurável e vendável vai na contramão da afirmação dos direitos dos agricultores que precisam sim receber o preço justo e políticas estruturantes, mas estas não devem passar, sob nenhuma condição pelas vontades e especulação dos mercados.

Local: Internacional - AC
Fonte: Terra Magazine
Link: http://terramagazine.terra.com.br 

domingo, 9 de outubro de 2011

Protocolo de Kyoto - Países temem ‘morte’ do Protocolo de Kyoto na COP 17, na África do Sul


Diplomatas e ambientalistas que participaram até esta sexta-feira (7) de uma nova rodada de negociações do clima na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), no Panamá, temem pela “morte” do Protocolo de Kyoto, acordo global que reúne os principais países emissões de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global.
Representantes de 200 países finalizaram a discussão de ideias com a esperança de encontrar um possível acordo nas conversações na Conferência das Partes (COP 17) que acontecerá entre novembro e dezembro em Durban, na África do Sul.
Entretanto, não existiram sinais de uma solução para uma questão urgente: o que fazer depois de 2012, quando expira o prazo de validade de Kyoto e os compromissos das nações ricas para reduzir as emissões de carbono que, segundo cientistas, traz graves consequências à saúde do planeta.
“O que podemos perceber é a existência de diferenças que não são conciliadas e a pergunta é se já há alguma maneira de avançar ou ao menos permitir a manutenção das negociações”, disse Alden Meyer, da organização União de Cientistas Preocupados (UCS, na sigla em inglês).
A União Europeia é o principal defensor do protocolo em vigência e está disposta se comprometer a novas obrigações quando este acordo acabar. Entretanto, Canadá, Japão, Rússia, além dos Estados Unidos (que não compõe o Protocolo de Kyoto), insistem que qualquer nova ação deve incluir todas as grandes economias, o que inclui a China, um dos principais emissores mundiais.
Principais emissores agregados em novo acordo – Para o negociador japonês Akira Yamada, o país reduziria menos de um terço das emissões globais se somente as nações incorporadas ao protocolo atual se comprometessem a uma nova rodada. “Esta é a razão pela qual o Japão não adere ao segundo período de compromisso”, disse.
Economias emergentes como a China se mantêm firmes na posição de que suas ações devem ser voluntárias, dizendo que os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica na mudança do clima e os pressiona para que ajudem os países mais pobres.
Em 2009, na cúpula de Copenhague, na Dinamarca, foi criado o Fundo Verde, que disponibilizaria US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 às nações que mais afetadas pela mudança do clima, como os países insulares e estados da África. Entretanto, ainda não ficou definida a entidade que administrará o montante.
Colin Beck, negociador das Ilhas Salomão, lembrou que US$ 150 bilhões foram fornecidos pela a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) à Grécia, que sofre grave crise financeira. Para ele, estão gastando mais dinheiro com um único país do que com a saúde a longo prazo de todo planeta.
Novo prazo limite – Para a organização Climate Action Tracker, os compromissos para reduzir as emissões estão muito distantes do que o necessário para alcançar o objetivo de manter o aquecimento global a dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.
Na intenção de encontrar um caminho após Durban, Austrália e Noruega fizeram a proposta de estabelecer o ano de 2015 para a criação de um acordo legalmente vinculante que agregaria todas as nações.
Alguns países se mostraram interessados, mas Beck duvida que isto funcione. Segundo ele, na conferência climática de Bali, em 2007, foi estabelecido prazo de dois anos e a resolução de um novo acordo em Copenhague. “Devemos aprender com a história. Se vão colocar uma nova data para 2015, na realidade somente estarão esticando o acordo, quando há necessidade de se atuar”, explica o negociador das Ilhas Salomão. 
(Fonte: G1)
(FOTO: Internet)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Reciclagem de dióxido de carbono


A contribuição do excesso de emissão de dióxido de carbono (CO2) para as mudanças climáticas globais tem levado a comunidade científica a buscar formas mais eficientes para estocar e diminuir o lançamento do composto para a atmosfera.
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica Fina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, abre a perspectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitem capturar quimicamente o gás atmosférico e convertê-lo em produtos que possam ser utilizados pela indústria química para substituir reagentes altamente tóxicos utilizados hoje para fabricação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos.
Derivadas de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, as descobertas do trabalho, intitulado “Estudo da fixação e ativação da molécula de dióxido de carbono com bases nitrogenadas”, foram publicadas na revista Green Chemistry, da The Royal Society of Chemistry.
O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma molécula, denominada DBN (uma base orgânica nitrogenada), é capaz de capturar dióxido de carbono, formando compostos (carbamatos) que podem liberar CO2 seletivamente a temperaturas moderadas. Dessa forma, a molécula poderá ser utilizada como modelo para pesquisas sobre a captura seletiva de dióxido de carbono de diversas misturas de gases.
“Essa descoberta abre perspectivas sobre como poderemos fazer com que o composto resultante da ligação da DBN com o dióxido de carbono se forme em maior quantidade. Para isso, temos que estudar possíveis modificações em moléculas que apresentem semelhanças estruturais e funcionais com a DBN para que o composto seja mais eficiente”, disse Eduardo René Pérez González, principal autor do estudo, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor da Unesp, já se sabia que a DBN é capaz de capturar dióxido de carbono na presença de água. Por esse processo, a molécula retira um hidrogênio da água, ganha uma carga positiva (próton) e gera íons hidroxílicos (negativos) que atacam o dióxido de carbono, formando bicarbonatos.
Até então, entretanto, não se tinha demonstrado que o composto também é capaz de capturar CO2, formando carbamato, por meio de uma ligação nitrogênio-carbono tipo uretano, que tem relação direta com um processo biológico em que 10% do dióxido de carbono do organismo humano é transportado por moléculas nitrogenadas.
Em função disso, o processo também poderia ser utilizado para o tratamento de determinadas doenças relacionadas com a quantidade de CO2 e seu transporte no organismo.
“Essa descoberta nos leva a pensar que também poderíamos utilizar esse trabalho para fins bioquímicos, tentando, por exemplo, melhorar esse processo para tratamento de doenças relacionadas à concentração de dióxido de carbono nas células e alguns tecidos, como o pulmonar”, disse González.
Já na área industrial, os carbamatos – como, por exemplo, poliuretanas – derivados da captura de dióxido de carbono pela molécula DBN poderiam substituir tecnologias que utilizam reagentes altamente tóxicos, como o fosgênio, para preparação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos e em outras aplicações industriais.
“A possibilidade de se utilizar o dióxido de carbono para construir ou sintetizar moléculas que contêm o agrupamento carbonílico, sem a necessidade de se usar fosgênio ou isocianatos, representaria uma grande vantagem”, disse o pesquisador.
 (Fonte: Elton Alisson/ Agência Fapesp)
(Foto: Internet)

domingo, 26 de setembro de 2010

Principais países poluidores debatem mudanças climáticas em Nova York

 
Representantes do Brasil e de outros países responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa se reúnem até esta terça-feira (21), em Nova York, para abordar as mudanças climáticas e tentar impulsionar negociações para combatê-las, embora analistas esperem poucas mudanças.
O Fórum das principais economias sobre Energia e Clima conta com a presença de altas autoridades governamentais, inclusive o enviado especial americano para as mudanças climáticas, Todd Stern.
Representantes de Brasil, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, China, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos participam do encontro.
O presidente americano, Barack Obama, promoveu a reunião para facilitar as negociações sobre o tema, após a decepção da cúpula de Copenhague, no ano passado.
O próximo grande encontro com vistas a se alcançar um acordo internacional para combater as mudanças climáticas que substitua o protocolo de Kyoto – que expira em 2012 – será a conferência de Cancún, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro.
Entretanto, “não acho que ninguém espere algum anúncio importante”, disse Michael Levi, analista do Conselho de Relações Exteriores.
“É um encontro de trabalho. Muitos protagonistas estão no mesmo local e no mesmo momento”, aproveitando sua presença no debate da Assembleia Geral da ONU, explicou à AFP.
O caminho para Cancún não se anuncia fácil. O ecologista Bill McKibben, cofundador do grupo de defesa do meio ambiente 350.org, disse que o fracasso do Congresso americano em aprovar uma lei para combater o aquecimento global torna “muito difícil” que se chegue a um acordo importante em Cancún.
“Acho que os próximos dois anos serão decepcionantes em termos de ações e teremos que usar este tempo para construir um movimento poderoso para obter atos reais na próxima vez que se abrir uma brecha política”, declarou.
Em junho, a Câmara de Representantes americana aprovou um projeto de lei que impõe limites às emissões de carbono e permite a comercialização de bônus de emissões de carbono.
O Senado deve, agora, ratificá-lo, mas há a oposição de democratas e republicanos dos Estados que dependem da indústria do carbono e de hidrocarbonetos.
“Uma mudança real contradiria o modelo de negócios da indústria de combustíveis fósseis”, afirmou McKibben, advertindo que a indústria é poderosa demais para permitir que o Congresso apoie a redução de emissões de gases de efeito estufa.
McKibben defende, ao contrário, uma maior ação global para criar um “movimento maciço” que apoie a redução destas emissões.
Ministros de Meio Ambiente de 45 países têm previsto reunir-se em Genebra, ainda este mês, a convite dos governos de México e Suíça.
E os negociadores dos 194 países signatários da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas se reunirão em outubro, em Tianjin, China, para uma rodada final de conversações preparatórias para a conferência de Cancún. (Fonte: Yahoo!)