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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Os tesouros ocultos da Amazônia boliviana



 Pouco se explorou as culturas pré-hispânicas, mas uma tecnologia de medição a laser, que funciona como um grande escâner, ajuda a revelar uma magnitude completamente diferente dos povoados e seus impactos na floresta.

É difícil associar a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, com um sítio de interesse arqueológico. Mas a verdade é que sob esse manto verde se encontra um território antes largamente habitado, cujo passado está sendo explorado com a ajuda da tecnologia.
"Sempre se pensou que as grandes culturas se concentraram na região dos Andes, onde estavam os incas quando os espanhóis chegaram, e os monumentos de pedra são muito mais visíveis. No caso da Amazônia, estimava-se que havia pequenos povoados que viviam em harmonia com a natureza, num estado quase primitivo de caçadores e coletores, que nunca alcançaram um desenvolvimento maior", diy a arqueóloga e professora da Universidade de Bonn, Carla Jaimes Betancourt.
Um projeto arqueológico em cooperação boliviana e alemã iniciado em 1999 mostra uma realidade completamente diferente. A pesquisa realizada pelo Instituto Alemão de Arqueologia na Llanura beninana (Llanos de Mojos), planícies no norte da Bolívia, indica um assentamento entre 400 e 1400 d. C. que seria muito maior do que pensado anteriormente.
Embora a população pré-hispânica da região não possa ser quantificada, sabe-se que era muito mais densa do que atualmente e que as aldeias desenvolveram técnicas agrícolas para garantir uma subsistência autônoma.
"Antes se excluía a possibilidade de que na Amazônia houve cultivo. Mas com o abate de árvores e o avanço da agricultura no Brasil, muitos locais arqueológicos foram encontrados e foi notado que havia algo muito maior do que era esperado", afirma o especialista Heiko Prümers, do Instituto Alemão de Arqueologia.
Diversidade cultural
A região Llanos de Mojos compreende uma área de cerca de 110 mil quilômetros quadrados, no departamento (estado) de Beni, o maior da Bolívia. Atualmente, a região concentra grande diversidade cultural, com mais da metade dos 32 povos originários do país. Apesar de ser um ambiente difícil, com duas estações, uma chuvosa e outra seca, os povos pré-hispânicos conseguiram se adaptar ao meio ambiente com sucesso ao criar valas para evitar inundações e plataformas elevadas para o cultivo e a habitação.

"Tendo sobrevivido num ambiente desse tipo, para uma população muito densa, por uns mil anos, é uma grande conquista, levando em conta as inundações, os tempos de seca e a fraca qualidade do solo", afirma Prümers.
No sudeste dos Llanos de Mojos, arqueólogos alemães e bolivianos investigaram os montes monumentais. Trata-se de elevações de diferentes tamanhos, que hoje se parecem com colinas em meio à vegetação, mas na realidade são construções de forma piramidal em plataformas de terra, acumuladas durante mil anos. Elas cobrem até oito hectares, cercados por um aterro que os rodeia, e podem atingir até 25 metros de altura. Nestas elevações foram estabelecidas colheitas, casas e cemitérios, e estão interligadas por meio de estradas.
Nos túmulos é possível notar que se tratou de uma sociedade hierárquica. Em um deles, um homem foi enterrado com oferendas de materiais trazidos de outras regiões, uma placa de metal em sua testa, algemas de metal e um colar de dentes de onça. Há também descobertas de cerâmicas, pintadas com desenhos muito elaborados e estéticos.

Selva escaneada
No nordeste dos Llanos de Mojos, destacam-se as grandes valas circulares. Já em 2011, a equipe arqueológica boliviana-alemã havia realizado explorações nesta área com a tecnologia de varredura a laser LiDAR, a mesma que recentemente causou espanto pelos gráficos dos assentamentos maias na Guatemala e que permite fazer um mapa tridimensional da topografia do terreno e suas condições, enquanto elimina a vegetação de suas imagens.
"Fomos os primeiros a usar o LiDAR para a arqueologia em toda a Amazônia", destaca Prümers. "É um método que economiza muito tempo e trabalho para medir e mapear, saber onde estão os sítios, quais tamanhos possuem e a relação das construções no espaço."
A equipe de arqueólogos realizou varreduras a laser, que permite fazer um mapa tridimensional da topografia

Na Amazônia, esta ferramenta é especialmente valiosa, pois é uma área extensa, pouco explorada, com vegetação densa e acesso difícil. "Ecologicamente, o LiDAR é muito bom, porque não é preciso desmatar para fazer medidas arqueológicas", explica Jaimes.
O trabalho de interpretação e estudo dessas imagens é fundamental. "o LiDAR nos permitiu ver a magnitude do que enfrentamos, ao comprovar que os sítios circundados por valas não eram unidades separadas, mas parte de um sistema maior com sítios interrelacionados", afirma a arqueóloga.
No futuro, eles esperam levar essa tecnologia à área dos montículos, onde se estima que havia cerca de 350, mas apenas três foram medidos até então. Isso significa um ano de trabalho com um topógrafo e profissionais que abriram as lacunas de medição. Com o LiDAR, esses planos seriam feitos em um dia e com mais detalhes.
"Isso certamente permitiria ver como esses montículos grandes estavam interrelacionados e, talvez, vamos acabar deixando de pensar que eles são edificações separadas", diz Jaimes.
"As imagens em 3D das estruturas piramidais e de estradas, barragens e canais que cercam os sítios nos permitiram ver como aproveitaram a paisagem. Este intercâmbio com o meio ambiente explicaria como eles sobreviveram por mil anos nesta região", aponta Prümers.
Biodiversidade e a pegada do Homem
"Quase sempre se pensou na Amazônia como os pulmões do mundo, onde pessoas viveram em harmonia com a natureza sem afetá-la, mas os estudos de arqueólogos e ecologistas mostram que toda a riqueza e a biodiversidade desta região é um produto de atividade humana há milhares de anos", explica Jaimes.
"Essas culturas amazônicas nos ensinam que o Homem pode ser um bom ator, que pode até ajudar a manter ou promover essa biodiversidade. Esse é o maior legado e ensinamento que esses povos nos deixaram – pensar que é possível um desenvolvimento cultural sem a necessidade de destruir nosso meio ambiente", concluiu a especialista.
Novos estudos poderiam ajudar a esclarecer alguns mistérios, como a causa do fim do assentamento, em torno de 1400. "Esta é uma área muito sensível às mudanças climáticas, como inundações ou secas. Ainda não compreendemos muito bem o que ocorreu, mas quando os espanhóis chegaram, a área estava desocupada", afirma Prümers.
Posteriormente vieram as epidemias, o processo de conquista e, no período colonial, a exploração da borracha. "Muitos povos da Amazônia foram escravizados, um etnocídio foi cometido. Atualmente, apesar de haver culturas muito fortes, elas são apenas vestígios do que antes existiu", destaca Jaimes.

FONTE:
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Obama diz que mudanças climáticas ‘não podem mais ser negadas’


O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (22) que as mudanças climáticas “não podem mais ser negadas”, durante visita ao parque nacional dos Everglades, na Flórida, em uma tentativa de ressaltar os riscos que o meio ambiente enfrenta.
Obama advertiu que o aquecimento global está provocando no planeta “tempestades mais fortes” e “secas mais intensas”, que afetam tanto a economia quanto o ecossistema, em discurso feito no Dia da Terra. “As mudanças climáticas não podem mais ser negadas. Não podem ser deixadas de lado. Não podem ser deixadas de fora da conversa”, afirmou.
Ao mesmo tempo em que pediu que os parques nacionais sejam protegidos para as próximas gerações, Obama também disse que preservá-los é economicamente indispensável.
O aumento do nível do mar ameaça o ecossistema dos Everglades, o que por sua vez, representa um risco para a indústria do turismo na Flórida (sudeste dos EUA), que gera US$ 82 bilhões, destacou.
A oposição republicana costuma usar o custo econômico das medidas para enfrentar as mudanças climáticas como uma razão por trás de seu ceticismo sobre o tema.
Negacionistas – No mês passado, surgiu uma polêmica na Flórida quando uma organização de jornalistas do estado denunciou o governo do republicano Rick Scott por proibir seus funcionários de falar em “mudanças climáticas” e “aquecimento global”. O governador negou a existência desta diretriz.
Assim com outros políticos conservadores nos Estados Unidos, o republicano Scott disse no passado não acreditar que as mudanças climáticas sejam provocadas pelo homem.
A agência americana de proteção ambiental (EPA) divulgará em algumas semanas novas regulamentações para limitar as emissões de usinas que geram eletricidade com carvão, o que ameaça gerar uma nova controvérsia política.
Em dezembro deste ano, líderes mundiais se reunirão em Paris para tentar chegar a um acordo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em nível mundial, e Obama quer liderar este pacto.

(Fonte: G1)
(Foto: Internet)

quinta-feira, 12 de março de 2015

Companhia de Operações Ambientais vai conter desmatamento na Amazônia

Desmatamento na Amazônia
 Acordo assinado nesta quarta-feira (11) entre os ministérios do Meio Ambiente e da Justiça com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) prevê a criação e o aparelhamento da Companhia de Operações Ambientais, que usará efetivo da Força Nacional de Segurança para ações de combate ao desmatamento ilegal da Floresta Amazônica.
Ao todo, serão investidos R$ 30,6 milhões, oriundos do Fundo da Amazônia – geridos pelo BNDES -, para garantir a permanência de 200 homens da Força Nacional em pontos estratégicos da Floresta Amazônica. É a primeira vez que recursos do fundo financiarão ações de fiscalização contra o desmatamento. Os agentes da Força Nacional farão operações de fiscalização e controle do corte ilegal de árvores da região de forma sistemática. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a ação faz parte da terceira fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, que envolve 14 ministérios, coordenada pela pasta. Iniciado em 2004, o plano é responsável pela elaboração e execução de políticas públicas voltadas para redução do desmatamento na Amazônia.
Como resultado dessas ações, em novembro do ano passado foi registrada a segunda menor taxa de desmatamento na Floresta Amazônica desde 1988. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, de agosto de 2013 a julho de 2014, foram registrados 4.848 quilômetros quadrados (km2) de área desmatada, com redução de 18% em relação aos 5.891 quilômetros quadrados apurados no período anterior.
A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, disse que a parceria surge do esforço para equipar todos os órgãos federais que trabalham em parceria com o ministério no combate aos crimes ambientais, em especial na Amazônia.
“Toda fiscalização federal está em campo. Ao longo do ano teremos como mostrar o bom resultado dessas novas estratégias de combate aos crimes ambientais”, disse a ministra.
Segundo o Ministério da Justiça, desde 2008, a Força Nacional de Segurança faz ações de repressão aos crimes ambientais, principalmente, desmatamento, extração e comércio ilegal de madeira na Floresta Amazônica. Em seis aos, segunda a pasta, foram fiscalizados cerca de 1.200 serralherias e apreendidos mais de 1 milhão de metros cúbicos de madeira, 300 motosserras e 200 tratores.
De acordo com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o Fundo da Amazônia tem aprovado cerca de R$ 1 bilhão em projetos, sendo mais de R$ 600 milhões desembolsados. “E temos ambição de pensar em iniciativas para fazer acontecer uma redução muito mais drástica dos índices de desmatamento do país. Já conseguimos vitórias, mas precisamos dar novos passos”.
“Quando a presidenta Dilma determinou a integração do governo para o combate ao desmatamento, todos os ministérios envolvidos nesse comitê de gestão receberam essa determinação como uma causa que precisava ser assumida em face da gravidade do desmatamento. Temos empenhado e, agora com esses recursos, vamos ter uma Força Nacional mais bem equipada, com aparelhos, embarcações, com elevação de pessoal para um enfrentamento ainda mais agressivo”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

(Fonte: Agência Brasil)
(Foto: Internet)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Código ameaça 400 mil km2 da região amazônica

KARINA NINNI - O Estado de S.Paulo

Uma região equivalente a dois Estados de São Paulo pode ficar desprotegida na Amazônia caso a proposta de Código Florestal discutida no Legislativo Federal passe como está.
Tratam-se de áreas de florestas inundáveis que, segundo especialistas, sofrerão impacto caso se adote o conceito de leito regular do rio como 'a calha por onde correm regularmente as águas do curso d'água durante o ano' para cálculo de áreas de proteção permanente (APPs) em margens de rios. Na lei hoje em vigor, essa medida se dá pelo leito dos rios nas cheias, o que garante uma faixa maior de APPs nas margens dos cursos d'água.
'Na Amazônia, as florestas inundáveis ocupam 400 mil km2, o que corresponde a quase dois Estados de São Paulo e um quinto da Floresta Amazônica. A água, aqui, sobe 10 metros entre as cheias e as secas. Se você define as APPs a partir do leito das secas e não das cheias, tudo o que ficar para cima poderá ser utilizado', resume a pesquisadora Maria Tereza Piedade, diretora do Grupo de Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Os diversos tipos de áreas úmidas (várzeas, igapós, mangues, etc) chegam a mais de 1,5 milhão de km2 na Amazônia.
Especialistas defendem que biomas como a Amazônia deveriam ter um Código Florestal próprio. 'Essa proposta de modificação toma como base as florestas e os rios de planalto. Na Amazônia, a diferença entre o leito de seca e o de cheia implica na cobertura, por água, de mais de 1 milhão de km2. Destes, mais de 400 mil km2 são de áreas inundáveis sazonalmente. As florestas submersas exigem uma lei específica ou um capítulo só para elas dentro da lei atual, e isso não foi contemplado', afirma Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC).
Ele afirma que é preciso garantir aos ribeirinhos que utilizam essas áreas a continuidade de suas atividades de subsistência nas APPs. 'Mas a exceção feita aos ribeirinhos não pode virar regra', alerta. Ele diz que, só no Estado do Amazonas, há cerca de 6 mil comunidades vivendo nas beiras dos rios.
No Pantanal, outra região sujeita a secas e cheias sazonais, a sensação de que a atual legislação não dá conta da realidade local é mais evidente. 'A lei atual não funciona para a planície pantaneira. Fizemos um estudo há alguns anos aplicando o Código ainda em vigor e chegamos à conclusão de que o Pantanal inteiro seria uma grande APP; todo ele teria de ser protegido', afirma Carlos Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal. 'No nosso entendimento, o Pantanal precisaria de um Código Florestal só seu.'
Candotti se mostra pouco otimista quanto a mudanças de última hora na lei. 'Acho que vamos ter de nos contentar com a ideia do leito das secas. Mas espero que consigamos discutir uma lei específica para áreas úmidas antes da Rio+20. É o mínimo de compensação que se pode ter.'

Foto: (Internet)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Brasil ‘protege árvores mas não pessoas’ na Amazônia, diz jornal


Uma reportagem do jornal britânico “The Guardian” afirma que o Brasil “protege as suas árvores, mas não as pessoas” na Amazônia. Para o jornal, “progresso em reduzir desmatamento é ofuscado por assassinatos brutais”.
A reportagem de página inteira assinada de Marabá, no Pará, aborda a prática recorrente de assassinatos de ambientalistas na região Norte do país, o mais recente, do ativista José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo. Ambos “foram os mais recentes de uma série de ambientalistas assassinados pela causa na Amazônia brasileira”, afirma a reportagem.
Após 15 anos de campanha contra madeireiros ilegais, produtores de carvão vegetal e pecuaristas, ambos foram mortos perto de casa em maio.
“Nos últimos anos, o governo brasileiro fez progresso significativo na contenção da destruição da maior floresta tropical do mundo, reduzindo a área de floresta perdida de 27 mil quilômetros quadrados em 2004 para apenas 6 mil quilômetros quadrados no ano passado”, nota a reportagem.
“Mas uma onda de assassinatos brutais sublinhou uma verdade desconfortável: as autoridades podem parar a derrubada das árvores até certo ponto, mas não o abate dos ambientalistas.”
A reportagem lembra que a morte de Zé Cláudio, como era conhecida a vítima mais recente, foi o caso mais proeminente de execução de ativistas na Amazônia desde o assassinato da missionária americana Dorothy Stang no Pará em 2005. Ele tinha “anunciado” a sua própria morte seis meses antes de ser executado.
“Poucos acreditam que estas mortes serão as últimas. Muitas partes da Amazônia brasileira continuam proibidas para ambientalistas, enquanto autoridades ambientais só viajam para certas regiões sob escolta da polícia fortemente armada com rifles e apoio de helicóptero.”
Entrevistados pelo jornal acreditam que o governo poderia ter feito mais para proteger Zé Cláudio e sua esposa. Assustada, a família nunca mais voltou para casa, em um assentamento florestal.
 (Fonte: G1)
(Foto: Internet)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MORTANDADE DE PEIXES NO PANTANAL


Relatório aponta água suja como causa da morte de peixes em MS

O fenômeno ocorre no período das chuvas, explica Roberto Gonçalves, diretor do Imasul. "Após a seca, as primeiras enxurradas trazem grande quantidade de matéria orgânica para rios e baías. Essa água suja, de péssima qualidade, reduz a oxigenação, o que afeta diretamente os peixes", disse.
Na segunda-feria (31), técnicos do instituto estiveram no local para coletar amostras dos espécimes e da água do rio para análise.
A possibilidade de que uma queimada pudesse ter ocasionado o fenômeno foi praticamente descartada.
"A decoada ocorre quase todos os anos no Pantanal. No rio Negro, porém, é a primeira vez de que temos notícia", disse o diretor.
A temperatura da água também foi considerada como um dos fatores que contribuíram para o fenômeno, tendo atingido picos de até 34ºC --o normal, diz Gonçalves, é de 25ºC a 28ºC.
Embora aponte a decoada como o fator mais provável, o diretor do Imasul disse que nenhuma hipótese está descartada. Parte das amostras, segundo ele, foi encaminhada a São Paulo para análise de uma possível contaminação por agrotóxicos. O resultado será conhecido em duas semanas.
Nesta terça-feira, o Ministério Público Estadual informou que abriu inquérito civil para apurar as causas da mortandade.
CFSP

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

2011,o ano Internacional das florestas.

Para sensibilizar a sociedade  sobre a importância da preservação do meio ambiente,a ONU declarou que 2011 será o ano internacional das florestas.A idéia é promover nos próximos 12 meses ações que incentivem a gestão sustentável de todos os tipos de florestas do planeta…Leia mais.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Com seca no Amazonas, número de peixes-boi mortos chegam a 300


O Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas informou nesta sexta-feira que a matança de peixes-boi por caçadores está sem controle no Estado. Ao menos 300 animais foram mortos desde setembro, quando a seca se intensificou no Amazonas.
Nesta época do ano, o animal busca refugio nos lagos. Com a estiagem, os lagos secaram. Os animais, que atingem 3 m de comprimento e pesam até 450 kg, se tornaram presas fáceis.
O peixe-boi é considerado pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) o mamífero aquático mais ameaçado de extinção do Brasil. Sua caça é considera um crime ambiental.
A polícia chegou ao número com base em depoimentos de agentes ambientais, que são ribeirinhos que trabalham voluntariamente na proteção dos animais e denunciaram a matança.
Um dos relatos chegou nesta sexta-feira ao Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). Segundo o instituto, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus (400 km de Manaus) os caçadores mataram ao menos 200 peixes-bois. “Isso significa dizer que são 30 toneladas de carne para comercializar. Isso é um caso de polícia”, afirma o pesquisador Anselmo d’Affonseca.
Conforme os depoimentos, no município de Silves (203 km de Manaus) 64 animais foram mortos. Treze animais morreram em Manacapuru (80 km da capital) e dois em Tefé (525 km da capital).
O comandante do Batalhão Ambiental, major Miguel Mouzinho Marinho, afirmou que três equipes foram deslocadas hoje para os municípios de Silves, Codajás e Manacapuru. Ele disse que os policiais não têm como chegar à região do Piaguçu Purus por falta de navegabilidade dos rios. “Infelizmente perdemos o controle [da situação]. A natureza levou anos para recuperar [a espécie] e agora ocorreu essa matança”, afirmou Marinho.
Segundo o pesquisador do Inpa Anselmo d’Affonseca, passa bem o filhote de peixe-boi resgatado no lago do Ariaú, em Iranduba. O animal chegou ao Inpa na quarta-feira. É uma fêmea que tem dois anos de idade e 64 kg. “O caçador matou a mãe e o filhote não morreu porque os agentes ambientais o resgataram”, disse.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piaguçu Purus é administrada pelo Ceuc (Centro Estadual de Unidades de Conservação). As famílias da reserva recebem R$ 50 do programa Bolsa Floresta, da Fundação Amazônia Sustentável. (Fonte: Kátia Brasil/ Folha.com)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Municípios em situação de emergência no Amazonas podem pedir ajuda ao governo federal



Os municípios do Amazonas que tiveram a situação de emergência reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil podem recorrer ao governo federal a fim de solicitar a transferência de recursos para as ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas áreas atingidas. Segundo a secretaria, o governo também estuda uma ação de ajuda humanitária.

O estado do Amazonas sofre com a seca desde o início de agosto, e cerca de 40 mil famílias foram atingidas. Dos 62 municípios amazonenses, 25 decretaram situação de emergência e, na última sexta-feira (8), a Defesa Civil nacional reconheceu a situação de emergência em 21 deles. A portaria permite o início de ações para amenizar a situação do estado por meio de transferências obrigatórias da União aos órgãos e entidades estaduais.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a seca no estado do Amazonas é uma das maiores dos últimos anos. Por causa da falta de chuva, os rios Javari, Juruá, Japurá, Acre, Negro, Purus, Iça, Jutaí, Solimões e Madeira estão com níveis abaixo da média, e vários municípios estão em estado de alerta e situação de emergência.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Nacional de Defesa Civil, nos meses de fevereiro e março deste ano foram enviadas cerca de 6 mil cestas básicas para oito cidades do Amazonas que foram afetadas pela estiagem. 
(Fonte: Sabrina Craide/ Agência Brasil)